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terça-feira, 1 de novembro de 2016

IMPRESSIONISMO – UM ESTILO REJEITADO PELOS SALÕES


O Movimento Impressionista nasceu como um pequeno grupo de artistas  - especialmente Claude Monet, Edgar Degas, Pierre-August Renoir e Alfred Sisley –, na França, por volta de 1870. Naquela época, retratos, naturezas mortas e as artes religiosa e histórica dominavam o mundo artístico francês. O objetivo dos artistas de então era produzir pinturas realísticas com toda a atenção nos detalhes. Já os impressionistas procuravam quebrar essa tendência.

O estilo impressionista era marcado por pinceladas curtas, linhas finas e pouco definidas. Em vez de retratos e naturezas mortas, preferiam pintar paisagens que se estendiam no horizonte ou cenas ao ar livre. Também se caracterizavam por pintar cenas do dia-a-dia e pessoas comuns, em oposição aos retratos de pessoas ricas e temas religiosos que dominavam o imaginário. Os impressionistas enfatizavam o movimento, a noção de capturar um instante no tempo.

Outra característica marcante do impressionismo era a pintura realizada ao ar livre, fora dos estúdios – em plein air. Até aqueles anos, pintar ao ar livre era um desafio logístico. Além dos riscos de mudanças atmosféricas, a tinta exposta ao tempo poderia causar mudanças de cores, sem falar no acúmulo de areia e sujeira na tela. O cavalete era pesado e difícil de transportar.

Em 1841, o artista John G. Rand inventou uma tinta a óleo que poderia ser guardada em tubos. Um novo tipo de cavalete foi inventado: o Box Easel. Suas pernas eram telescópicas, permitindo dobrá-lo ate o tamanho de uma pasta. Também dispunha de áreas para pincéis, tintas e outras ferramentas. Agora os artistas poderiam se deslocar para fora do estúdio facilmente.

A grande mostra de trabalhos artísticos na França, no século XIX, foi o Salão de Paris. Exibição pública anual, para pinturas e esculturas, que trazia artistas de todo o mundo. Quanto aos impressionistas, suas obras foram consideradas inadequadas e foram recusadas à exibição.

Em 1863, Napoleão III criou uma exibição separada chamada Salão dos Recusados, para os trabalhos não aceitos na amostra principal. Desta feita os próprios artistas se recusaram a participar deste Salão.

Em 1873, vários pintores impressionistas criaram a Sociedade Anônima Cooperativa dos Artistas Pintores, Escultores e Gravuristas, para realizar exibições em separado do Salão. Sua primeira exibição foi no ano seguinte, com críticas duras.

Uma das críticas foi feita por Louis Leroy, ao quadro “Impression, Soleil Levant” – ou Impressões, o Nascer do Sol – e usou-a para definir os artistas impressionistas coletivamente como “impressionistas”. Ele achava que as obras pareciam rascunhos inacabados ... no entanto Degas, particularmente, acredita que aquele estilo combinava com o seu próprio, que vinha criando.

Nos 12 anos seguintes, o grupo dos impressionistas realizou mais sete exibições, porém os componentes estavam sempre mudando. Muitos discordavam da natureza do novo estilo e até de quem poderia ser aceito nas exibições.

Embora muitos passassem a ignorar as exibições oficiais, outros continuaram submetendo seus trabalhos ao Salão de Paris. Édouard Manet, Monet, Renoir e Sisley ganharam até alguma notoriedade. Manet, particularmente, não se classificava um impressionista.

As exibições não lhes rendiam dinheiro, mas fama. Renoir e Monet ganharam proeminência durante e após as exibições impressionistas e alcançaram sucesso financeiro ao longo dos anos.

Em pouco tempo, outros artistas passaram a copiar o estilo e a acrescentar suas próprias variações. Por volta da década de 1880, suas obras se tornaram comuns no Salão de Paris. Alguns eram muito jovens para aprticipar do movimento desde o início, como: Paul Cézanne, Georges Seurat e Vincent van Gogh. Eles deram origem aos pós-impressionistas, mas não conformavam um grupo tão coeso quanto o anterior.

Os impressionistas conseguiram subverter as regras da pintura e seus padrões, talhados ao longo de séculos, enfrentando críticas vorazes e o desdém do público, inicialmente. Produziram alguns dos trabalhos artísticos mais populares da história, presentes em galerias e museus de todo o mundo.


Rubem L. de F. Auto

Fonte: livro “Art. 101: From Vincent van Gogh to Andy Warhole”   

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