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terça-feira, 29 de novembro de 2016

A GRANDE MURALHA: COMO OS CHINESES CRIARAM UMA TENDÊNCIA


Após vencer guerras contra os sete reinos chineses vizinhos, derrotar uma conspiração elaborada por sua própria mãe e seu novo marido, escapar de diversas tentativas de assassinato e de ordenar a execução de 10 mil prisioneiros de guerra, Qin Shi Huang Di estabeleceu sua Dinastia, Qin, e unificou aquele que seria o império chinês, desde 223 a.C.

Em sete anos ele conseguiu dominar todos os Estados vizinhos e tornou-se um déspota para sempre lembrado, aos 34 anos de idade. Extinguiu regras tradicionais do período feudal e criou novas leis, seguindo uma filosofia totalmente autoritária.

Por volta de 220 a.C. iniciaram a construção daquela que seria uma das obras feitas pelo homem: a Grande Muralha. Inicialmente feita concebida como uma barreira contra os “povos do norte”.
Não há registros sobre as técnicas de construção empregadas nem quanto ao número de trabalhadores utilizados. Sabe-se, porém, que foram aproveitados fortes construídos por reinos anteriores ao longo do trajeto.

Constitui-se de grandes blocos de pedra ligados por argamassa de barro. São 3 mil quilômetros de extensão. Seu financiamento exigiu a criação de pesados tributos.

Após a morte do primeiro imperador, Qin, seguiu-se um período conturbado, pontilhado por guerras civis e revoltas populares. Nessa época, suspendeu-se a construção até 205 a.C., durante a Dinastia Han.

O aspecto atual da Muralha é produto da Dinastia Ming. A Muralha já possuía 7 mil km de extensão, de Shanghai a Jiayu, cruzava quatro Províncias e duas regiões autônomas.

Quanto a sua função primordial, contudo, já no século XVI ficou claro que seria incapaz de manter o território chinês isolado dos povos invasores. Terminou por ser abandonada.

Na década de 1980, a Muralha ganhou uma nova função: turismo. Durante o governo Deng Xiaoping a construção foi elevada a símbolo nacional e, para tanto, é preservada.

Ao longo dos séculos, tornou-se também uma obra bastante inspiradora para governos autoritários de todo o mundo, seja para manter mexicanos à distância, seja para manter comunistas (ou capitalistas) distantes, seja para isolar os Palestinos ou manter poloneses judeus nos guetos. No terceiro mundo também é lembrada como meio de manter drogas e armas distantes.

Em como, há um aspecto: nunca funcionaram!


Rubem L. de F. Auto


Fonte: livro “A extraordinária história da China”      

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