Após vencer guerras contra os
sete reinos chineses vizinhos, derrotar uma conspiração elaborada por sua própria
mãe e seu novo marido, escapar de diversas tentativas de assassinato e de
ordenar a execução de 10 mil prisioneiros de guerra, Qin Shi Huang Di
estabeleceu sua Dinastia, Qin, e unificou aquele que seria o império chinês,
desde 223 a.C.
Em sete anos ele conseguiu
dominar todos os Estados vizinhos e tornou-se um déspota para sempre lembrado,
aos 34 anos de idade. Extinguiu regras tradicionais do período feudal e criou
novas leis, seguindo uma filosofia totalmente autoritária.
Por volta de 220 a.C. iniciaram a
construção daquela que seria uma das obras feitas pelo homem: a Grande Muralha.
Inicialmente feita concebida como uma barreira contra os “povos do norte”.
Não há registros sobre as
técnicas de construção empregadas nem quanto ao número de trabalhadores
utilizados. Sabe-se, porém, que foram aproveitados fortes construídos por reinos
anteriores ao longo do trajeto.
Constitui-se de grandes blocos de pedra ligados por
argamassa de barro. São 3 mil quilômetros de extensão. Seu financiamento exigiu
a criação de pesados tributos.
Após a morte do primeiro imperador, Qin, seguiu-se um
período conturbado, pontilhado por guerras civis e revoltas populares. Nessa
época, suspendeu-se a construção até 205 a.C., durante a Dinastia Han.
O aspecto atual da Muralha é produto da Dinastia Ming. A Muralha já possuía 7 mil km de extensão, de Shanghai a Jiayu, cruzava quatro Províncias e duas regiões autônomas.
Quanto a sua função primordial, contudo, já no século XVI
ficou claro que seria incapaz de manter o território chinês isolado dos povos
invasores. Terminou por ser abandonada.
Na década de 1980, a Muralha ganhou uma nova função:
turismo. Durante o governo Deng Xiaoping a construção foi elevada a símbolo
nacional e, para tanto, é preservada.
Ao longo dos séculos, tornou-se também uma obra bastante
inspiradora para governos autoritários de todo o mundo, seja para manter
mexicanos à distância, seja para manter comunistas (ou capitalistas) distantes,
seja para isolar os Palestinos ou manter poloneses judeus nos guetos. No
terceiro mundo também é lembrada como meio de manter drogas e armas distantes.
Em como, há um aspecto: nunca funcionaram!
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “A extraordinária história da China”
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