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terça-feira, 28 de março de 2017

THOMAS EDISON: A MÁQUINA DE PRODUZIR PATENTES... E INIMIGOS


Mark Twain, o mais norte-americano dos escritores norte-americanos, escreveu algumas linhas sobre Thomas Edison. Para ele, o inventor – considerado o mais prolífico dos inventores de todos os tempos, com 1.093 patentes em seu nome – era pouco mais que o homem certo, no lugar certo, na hora certa.
Sobre Edison, Twain disse:

“São necessárias milhares de pessoas para se inventar um telégrafo, ou uma máquina a vapor, ou um fonógrafo, ou um telefone ou qualquer outra coisa importante – mas o último deles toma o credito e nos esquecemos dos demais. Ele acrescentou um pequeno detalhe – foi tudo o que fez. Essas lições objetivas deveriam nos ensinar que 99 peças de todas as coisas que proveem do intelecto são plágios, pura e simplesmente; e essa lição deveria nos tornar mais modestos. Mas nada tem esse poder.”

Edison teria concordado que muitas das suas invenções eram melhorias sobre aquilo que veio antes. Mas se tomarmos as palavras de Twain, então teríamos que acreditar que Edison teve a sorte de estar no lugar certo na hora certa, centenas e centenas de vezes ao longo de toda a sua vida.

O laboratório de Edison em Menlo Park, New Jersey, despachava novas invenções tão rapidamente que mais parecia uma linha de montagem industrial. Era tão produtiva que em certo ponto Edison prometeu anunciar uma pequena invenção a cada 10 dias, além de uma grande invenção a cada seis meses, aproximadamente.

Edison foi o responsável por inventar o bulbo de lâmpada incandescente prático, o fonógrafo, a câmera de cinema, tecnologia de produção de cimento, baterias, e o sistema de geração de força elétrica. Embora Edison tenha comprado, ou mesmo roubado algumas de suas patentes, quase 100% delas se tornaram sucesso comercial e rapidamente influenciaram a vida tecnológica americana.

Escritores mais recentes têm vilipendiado Edison, como se fosse o diabo encarnado, um cara que processava pessoas até expulsá-las do mercado, atropelava seus concorrentes, e que destruiu grandes inventores tais como Nikola Tesla. Por exemplo, Edison é geralmente reconhecido como o inventor do bulbo de lâmpada, o que não é verdade. Vinte e dois outros inventores o precederam. Mas Edison tem o crédito porque ele criou um bulbo de lâmpadas incandescentes mais barato e que não queimava tão rapidamente.

Edison foi um inventor bastante prolífico. Produziu invenções numa escala 10 ou até 100 vezes superior à de seus concorrentes mais próximos. Tesla foi um futurista brilhante e inventou o motor a indução, mas ele não conseguiu se igualar a Edison em termos de produção. Edison tinha mais de mil patentes em seu nome. Graças a um laboratório de pesquisas cheio de assistentes que se encarregavam dos detalhes mundanos de seus projetos.

É um claro contraste com Tesla, que preferia trabalhar sozinho, fazer tudo sozinho, tendo registrado “apenas” 112 patentes ao longo da vida. Ele não tinha medo de trabalho pesado, tanto como um adolescente curioso quanto como inventor. “Gênio é bobagem”, disse ao The New York Times em 1878. “O trabalho duro é claramente o que faz o negócio”.

O talento de empreendedor sempre esteve presente no jovem Edison. Aos 12 anos, ele conseguiu um trabalho vendendo jornais em um trem que passava por Port Huron. Logo obteve os direitos exclusivos de vender os jornais entre Port Huron e Detroit – foi seu primeiro sucesso empresarial.

A sorte também sempre esteve a seu lado. Aos 16 anos, salvou a vida de Jimmie MacKenzie de um atropelamento por trem. O jovem era filho de um operador de telégrafos, quem recompensou Edison ao treiná-lo para aquele trabalho, bastante prestigioso naquele tempo. Foi essa habilidade que Edison usou ao inventar o fonógrafo e o telefone. Também foi ali que adquiriu os conhecimentos acerca de eletricidade, base de grande parte de suas invenções.

Ele arquivou sua primeira patente em Boston, em 1869, aos 22 anos. Sua primeira invenção foi o gravador elétrico. A invenção pretendia acelerar o processo de gravação de votos para a o legislativo estadual de Massachusetts.

Ele inventou o fonógrafo em 1877. O dispositivo parecia mágico ao público e por isso recebeu o apelido de “O mago de Menlo Park”. Ele usou os recursos que ganhou vendendo seu telégrafo pra construir um laboratório de pesquisas industriais. Seu laboratório de Menlo Park foi o precursor de assemelhados, como o da Intel, AT&T e muitos outros.

Algumas frases por ele proferidas são icônicas: “Eu não falhei 10 mil vezes – fui bem sucedido achando 10 mil maneiras de como não fazer.”

Edison costumava dizer que dormia apenas 3 ou 4 horas por noite. De fato, ele tirava muitas sonecas, curtas, ao longo do dia: duas ou três sonecas que somavam até 3 horas por dia.

Sua rotina de trabalhos intensos o legaram uma relação muito pobre com seu filho, Thomas Jr., que chegou a trocar seu sobrenome. Edison também cortou relações com sua filha, após se casar com um militar alemão – Edison considerou um ato antipatriótico, em razão da I Guerra Mundial.

Após sua morte, Tesla escreveu:

“Ele não tinha diversão, não se distraia e viveu afastado das regras mais elementares de higiene... seus métodos eram ineficientes ao extremo, ele tinha que fazer grandes esforços, até que o acaso interviesse e, de fato, fui uma triste testemunha de seus feitos, ciente de que apenas um pouco de teoria e cálculos teriam evitado 90% dos seus esforços. Mas ele tinha grande sede pelos conhecimentos em livros e por conhecimentos matemáticos, dando azo a seus instintos de inventor e ao sentido prático dos americanos.”

Difícil discordar de Tesla...

     
Rubem L. de F. Auto


Fonte: livro “As maiores civilizações da história”

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