Nascida como capital da Suméria, a cidade de Babilônia
cresceu até se tornar uma civilização de cultura distinta, fundamental em dado
período da história da humanidade. Foi marcante na sua história, a construção
dos Jardins Suspensos, a mando do rei Nabucodonosor II (632-562 a.C.). O auge
daquela civilização se deu sob Hammurabi, o Grande, que governou entre 1780 e
1750 a.C., quando se tornou a principal potência mesopotâmica.
A cidade de Babilônia situava-se às margens do rio Eufrates,
junto às famosas povoações de Uruk, Larsa e Ur. Após a conquista desta última,
a Babilônia passou por um período de desenvolvimento de 150 anos. Após esse
período de ascensão, povos hititas invadiram a região, relegando os babilônios
a 100 anos de estagnação e pobreza.
O período seguinte marcou a ascensão da Assíria como nova
potência da região, cuja história foi inaugurada pelos antigos sumérios.
A história da Babilônia começou com a antiga cidade de
Agadé. O período de conquistas foi inaugurado por Sargão, o Antigo. Com este,
conquistaram a cidade de Lagash, a primeira da série impressionante de anexações.
Nabucodonor adquiriu fama mais duradoura em razão das
diversas referências a ele feitas na Bíblia. A má fama por ele adquirida nos
textos sagrados se deve à conquista de Jerusalém, em 586 a.C. Após a destruição
da cidade, os judeus que lá habitavam foram condenados ao exílio.
Outra passagem imortal na história dos Babilônios foi a construção
da Torre de Babel, fruto da ambição dos seus governantes. Conta-se que os
governantes da Babilônia decidiram que os habitantes da região, que falavam o
mesmo idioma, deveriam viver no mesmo espaço físico. Então mandaram erguer uma
enorme torre, que também fortaleceria o poder central.
Mas, segundo a lenda, Deus não aceitou tamanha ambição de
poder. Era desejo Dele que a humanidade se disseminasse pelo planeta, dando
origem a novas nações e civilizações. A Torre foi levada adiante por Nimrod. Os
habitantes se revoltaram contra aquele confinamento e se espalharam pelo mundo,
como desejava Deus.
Os babilônios fizeram progressos também nas ciências. Na
matemática, criaram um sistema de contagem baseado no número 60. Daí surgiu a
contagem atual das horas .
O historiador antigo Bérose escreveu a obra “Antiguidades
Babilônicas” no século III a.C. Ele escreveu que “durante o primeiro ano do
mundo, surgiu, saindo do mar da Eritréia, na parte que confina com a Babilônia,
um animal dotado de razão, a quem chamaram Oannès. (...) Este monstro tinha um
corpo feito de peixe, mas, por debaixo de sua cabeça de peixe, tinha uma
segunda cabeça, que era a de um homem, pés igualmente humanos, que saíam da cauda
e uma voz humana; a sua imagem ainda hoje em dia se conserva. O animal em
questão passava todo o dia entre os homens, sem comer qualquer alimento,
ensinando-lhes as letras, as ciências e os princípios de todas as artes, as
regras das fundações das cidades, da construção dos templos, da medida e da
delimitação das terras, as sementeiras e as colheitas, enfim, o conjunto de
tudo aquilo que suaviza os costumes e constitui a civilização, de tal modo que,
desde então, ninguém mais inventou fosse o que fosse de novo. Depois, ao pôr-do-sol,
este monstruoso Oannès voltava para o mar e passava a noite na imensidão das
vagas, pois era anfíbio.”
Ainda segundo o mesmo autor, este misterioso animal redigiu
um tratado sobre a origem das coisas, entregando-o posteriormente ao homem,
para que pudesse compreender de onde surgiu sua raça.
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “As maiores civilizações da história”
Nenhum comentário:
Postar um comentário