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sexta-feira, 3 de março de 2017

QUANDO ELEFANTES VENCIAM GUERRAS


Na Índia, as armas de ferro substituíram as de bronze no século V a.C. A cavalaria surgiu no século IV a.C. No século III a.C os exércitos já contavam com milhares de soldados.

Mas algumas tradições são mais difíceis de se aposentarem. A infantaria indiana era especialmente deficiente, bastante aquém dos soldados assírios, gregos, romanos ou chineses, bem treinados, armados e carregando pesadas armaduras.

Isso ocorria porque no topo da hierarquia das infantarias se encontrava um personagem inusitado: os elefantes.

O livro indiano Arthashastra, que analisava as melhores maneiras de se administrar o Estado, sentenciava: “Um rei depende principalmente de elefantes para a vitória”.  

Embora poderosos, aqueles animais eram muito pouco confiáveis. Eram necessários anos de intenso treinamento para que se tornassem mais disciplinados. Ainda assim muitos fugiam se tornavam muito assustados durante as batalhas.

Caso o animal debandasse em direção a seu próprio exército, deveria ser abatido o quanto antes, para que não pisoteasse seus soldados. Fazia-se isso martelando um pedaço de madeira na nuca do animal. Era comum o abate da maioria dos elefantes, mesmo entre os vencedores – animais cujo treinamento havia sido caro e demorado.

Mas quando se comportavam conforme o esperado, eram quase imbatíveis. Cada animal pesava de 3 a 5 toneladas, além de 1 tonelada extra em armaduras. O papel que executavam era o de pisotear tudo à sua frente, além de causarem grande temor nos inimigos quando pisavam violentamente no chão ou emitiam seus ruídos ensurdecedores.

Os cavalos costumavam, compreensivelmente, permanecer distantes dos elefantes. Mesmo Alexandre temia uma tropa de elefantes com armaduras. Após imprimir perdas significativas contra o rei Puru, governante da região onde hoje se localiza o Paquistão, Alexandre desistiu de seguir adiante logo que foi informado da quantidade de elefantes que o aguardavam mais à frente.

Quando os reinos da bacia do Mediterrâneo souberam daquelas armas de guerra fantásticas, cada qual passou a montar sua própria tropa de elefantes. Foi o caso de Aníbel, general de Cartago, que os usou contra os romanos, fazendo-os atravessarem os Alpes, em 218 a.C.

Certamente não são as armas mais eficientes do mundo, mas parece ser menos dramático assistir a um ataque de elefantes do que uma bomba atômica incinerando a vida de 100 mil pessoas.


Rubem L. de F. Auto


Fonte: livro “Guerra: o horror da guerra e seu legado para a humanidade”.   

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