De acordo com o Antigo Testamento, os hebreus tiveram como
primeiro líder Abraão, cuja comprovação histórica tem sido tentada ao longo dos
anos, não apenas tendo como suporte os relatos do pregador fenício Ovídio
(43-17 a.C.), como também mediante alguns elementos arqueológicos que datam a
sua presença na Babilônia em torno do ano 2000 a.C.
Seja como for, pensa-se que Abraão seria um pastor da zona
de Ur, na antiga Suméria, que viajou, em primeiro lugar, para a Síria e posteriormente
para Canaã (atual Palestina), onde veio a se estabelecer.
A Bíblia cita que viveu por 175 anos, tendo Ismael e Isaac
entre seus filhos. Ainda assim, É Jacob, seu neto, pai de 12 crianças,que vem a
lhe suceder em termos mediáticos, visto que o mito consubstancia a criação das
12 tribos de Israel por cada um dos seus filhos. Terá, então, sido Jacob a
levar os hebreus em segurança para o Egito, de onde apena viriam a sair quando
Moisés, da tribo de Levi, foi escolhido para libertar o seu povo.
A partir de dado momento, adotam os hebreus o regime de
governo monarquista, influenciados em grande parte pelo perigo representado
pelos Filisteus.
Dentro do povo hebreu, durante muito tempo houve uma divisão
entre duas facções: uma conservadora e uma popular, esta representada pela
figura de Saul, considerado o primeiro rei hebraico.
O reinado de Saul dominava famílias e tribos de raiz social
comum. No entanto, administração sólida e fronteiras bem definidas somente
surgiram com seu sucessor, o rei Davi. Seu sucessor Salomão solidificou ainda
mais o poder constituído.
O reinado de Salomão foi marcado por pôr a cidade de
Jerusalém como capital do reino e centro político e religioso. Salomão também
dividiu o território em 12 distritos.
A partir de 1020 a.C. estes hebreus, que comumente se
definem como israelitas, começaram a prosperar, mediante a gestão de figuras
como os já citados reis Saul (1095-1055 a.C.), o fenomenal rei David (por volta
de 1050 a.C.) e, obviamente, Salomão.
Aos poucos, os hebreus estabeleceram relações comerciais com
o Egito, podendo assim acumular riquezas.
Em 721 a.C., os Assírios capturaram Israel e, depois, a
cidade de Judá, levando a que os hebreus se vissem forçados a espalhar-se em
várias direções. Muitos deles tornaram-se escravos.
Nabucodonosor, líder babilônico, esmagou a resistência ainda
existente em 587 a.C., fazendo-os escravos. A esta passagem chamamos “diáspora”.
Crê-se que grande parte do Antigo Testamento tenha sido escrita nesse período.
Os hebreus, que viriam a ser conhecidos mais tarde como
judeus, eram integrados por um grupo dissidente chamado de “essênios”. Entre
150 a.C. e 70 d.C., esses elementos viveram em comunidade, guiados pelos
ensinamentos de Moisés. Entretanto. Esse grupo somente foi descrito por Flávio
Josefo, historiador romano. Não há registros bíblicos.
Seja como for, Flávio os caracterizou como um grupo separatista,
vivendo quase que isolados no meio do deserto. Vestiam-se de branco, eram
vegetarianos, tomavam banhos antes das refeições e repudiavam o casamento.
Destacou-se entre os “essênios” a comunidade de Quram,
localizada a noroeste do Mar Morto, distante 12 quilômetros de Jericó. Eles
escreveram os instigantes Manuscritos do Mar Morto. Historiadores classificam essa
comunidade como precursora do cristianismo. Os hábitos relacionados ao banho
poderiam estar associados ao batismo cristão, como os rituais de São João
Batista no rio Jordão, que passa por Quram.
Diametralmente oposto ao grupo supra, existiram os “edomitas”.
Eles eram em geral chamados de inimigos – referência que se encontra no Antigo
Testamento. Destacavam-se pela atividade comercial e pela metalurgia. Habitavam
povoados localizados na atual Jordânia. Sem dúvidas, não eram apenas uma
simples tribo de pastores.
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “As maiores civilizações da história”
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