Ele ainda hoje é responsável pelos pesadelos de graduandos
em todo o mundo. Foi um dos inventores do cálculo, revolucionou a ótica,
inventou a física clássica, que expôs em sua imortal obra Philosiphiae
Naturalis Principia Mathematica, escrita em casa, durante um surto de peste
negra que forçou a suspensão das aulas na Universidade de Cambridge, por 18
meses, em 1665.
Ao observar uma maça caindo do pé, teve o insight que o
levou a calcular a constante gravitacional – Teoria da Gravidade Universal. Consequência
natural, lançou as leis que regem os movimentos de todos os astros do universo
observável.
Quando as aulas foram retomadas em Cambridge, Newton
publicou “Optiks”, em que expunha que a luz era constituída de partículas e que
a luz branca era composta por outras cores, enterrando a teoria vigente até
então de que a luz se comportava como onda, apenas.
Tendo criado fórmulas matemáticas que levaram mais de 300
anos até que fossem completamente entendidas, passou anos absorto em meio a
alquimias e cálculos da data exata do Apocalipse bíblico – ele calculou que
ocorrerá em 2060.
Newton também generalizou os resultados do teorema binomial
em matemática.
Em 1687, ele publicou seu trabalho sobre movimentos de
planetas e demais corpos celestes. Newton derivou, por meio do cálculo que
ajudara a desenvolver, suas leis dos movimentos planetários do inverso ao
quadrado da força da gravidade. Esses foram os princípios que levaram a
explicar a forma da Terra, o movimento dos cometas, além da órbita irregular da
Lua. Pelos 250 anos seguintes, suas teorias dos movimentos planetários foram as
linhas mestras da astronomia. Foram superadas apenas pela mecânica quântica e
pela relatividade, que ofereciam explicações para o comportamento de objetos que
viajavam muito rapidamente, entre si.
Mas suas descobertas ainda são relevantes para qualquer
físico prático. Em 2014, a Agência Espacial Européia despachou o módulo
terrestre Philae em direção a um cometa, parte da Missão Rosetta. A teoria da
gravidade de Newton teve papel crucial na aterrissagem perfeita do Philae. Suas
equações sobre o comportamento das órbitas foram usadas pelos processadores da
sonda para determinar seu movimento em relação ao cometa
67P/Churyumov-Gerasimenko. “Aterrissou ao encontro de Isaac Newton”, disse o
conselheiro científico da Agência Espacial Européia Mark McCauughrean logo que
Philae tocou o solo. “Aterrissou nas leis da física”.
Newton fez grandes descobertas científicas por algumas
poucas razões. Ele permitia o questionamento racional o levasse a qualquer
direção. Seu rival Gottfried Leibniz rejeitava sua teoria da gravidade, porque
não explicava como a gravidade funcionava através do espaço vazio. Newton
respondeu que perguntar “por quê?” era irrelevante frente à pergunta “como?”.
Ele respondeu afamadamente que ele não sabia o que era a
gravidade, ele estava somente formulando uma descrição matemática de seu
comportamento. A resposta ao “por quê?” surgiu apenas no século XX, com as
descobertas de Einstein sobre a curvatura do espaço-tempo.
No Livro I de seu Principia, há uma demonstração matemática
sobre a não-integrabilidade de ovais de curvatura suave. Essa demonstração só
foi devidamente apreciada após sua redescoberta, 300 anos mais tarde.
Newton achou outros caminhos para ajudar o mundo séculos
após sua morte. Nos anos 1920, Roger Babson baseava suas pesquisas de mercado
em princípios newtonianos, usando a idéia de que a toda ação corresponde uma
reação oposta. Ele se tornou rico predizendo a Crise de 1929.
Newton produziu muito, escreveu muito, sobre os mais
diversos assuntos, mas também viveu as conseqüências negativas do fato de se
lançar tão profundamente a elocubrações tão complexas. Em 1693, Newton teve um
ataque de nervos. Após 5 noites sem dormir, ele perdeu a conexão com a
realidade e cria que seus amigos, Locke e Pepys, planejavam assassiná-lo. Esse
episódio foi tão traumático que Locke, mais tarde, confessou a Newton que
durante sua recuperação, “quando alguém me dizia que você estava doente... Eu
respondia que seria melhor se estivesse morto.”
Sua produtividade excepcional o transformou num nome
utilizado por consultores especializados em aumento de produtividade pessoal como
exemplo do que se deve fazer para produzir mais. As onipresentes Três Leis de
Newton dão a direção.
Por exemplo, os consultores James Clear e Cody Wheeler
aplicaram os princípios da inércia – objetos em movimento tendem a permanecer
em movimento, a menos que aja sobre eles uma força externa. A aplicação é sugerida
para se concentrar a atenção em iniciar algo. A Regra dos 2 Minutos resume bem:
Para se superar a procrastinação, ache uma maneira para se começar a tarefa em
menos de dois minutos; uma vez que se inicie, torna-se mais fácil manter-se em
movimento. O Momento se encarrega do trabalho.
A Segunda Lei, força é igual a massa vezes aceleração,
traduz-se para que se aplique mais esforço nas áreas da vida que são mais
efetivas. Onde uma pessoa impõe força é igualmente tão importante quanto a
intensidade do esforço. Trabalho duro, apenas, não é suficiente; o trabalho tem
de ser também efetivo.
A Terceira Lei – caso um corpo exerça força sobre outro
corpo, este também exercerá igual força sobre aquele -, significa que devemos
eliminar forças que se opõem a nossos intentos, isto é, as tarefas ineficientes.
Rubem L. de F. Auto
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