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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

VOCÊ CONHECE OS TIPOS DE CALENDÁRIOS?


Existem três tipos de calendários: lunar, solar e lunissolar. Eles acompanham fenômenos basicamente os seguintes fenômenos astronômicos: movimento de rotação da Terra, lunação (sequência de fases da Lua) e revolução da Terra em torno do Sol. Entretanto, deve-se notar que não há relação de sincronicidade entre esses fenômenos.

Por exemplo, se o ano começa à meia noite do dia 1º de janeiro e possui 365 dias e seis horas, mais ou menos, o próximo réveillon deveria ocorrer às 6 da manhã do dia 1º de janeiro seguinte.  

Os Calendários usam um fenômeno irresistível: as sequênicas de fases da Lua. É ela que nos traz a ideia de meses. O problema de tal calendário é que ele não se relaciona com as estações do ano. Com exceção das marés, a Lua não tem influência direta sobre mais nada.

Um exemplo de calendário lunar é o calendário Islâmico.

Como o calendário lunar segue as fases da Lua, sua unidade é o mês. São meses com 29 e 30 dias, alternados. Começam com a lua cheia, que estará no céu na noite do dia 15 de cada mês. O ano lunar é composto por 12 meses, somando 354 dias.

Essa defasagem de 11 dias em relação ao ano solar, de 365 dias, torna o calendário lunar imprestável para a agricultura.

Interessante notar o estabelecimento do número de meses em 12. A contagem do tempo em si esbarra no número 12, ou em seus múltiplo, como 24 ou 60, ou seus divisores, como o 6. Alguns pesquisadores dizem que os sumérios usavam um sistema de contagem com os dedos bem interessante: eles usavam as falanges dos dedos. Com a mão direita, sem usar o polegar, contava-se de 1 a 12 (4 dedos e 3 falanges). A mão esquerda servia para contar as dúzias. Portanto, se a pessoa apontasse todas as falanges da mão direita e cinco falanges da mão esquerda, teríamos 60 unidades de alguma coisa. Bom exemplo da aritmética posicional.

A necessidade de prever as estações do ano levou à instituição dos calendários solares. E as possibilidades abertas desde então levaram eficiência à agricultura. Essa eficiência liberou mão de obra do campo, levando progresso às cidades.

O calendário solar busca acompanhar o movimento aparente do Sol ao longo de um ano. Isso pode ser feito geograficamente ou astronomicamente.

A marcação geográfica procura estabelecer o ponto onde o Sol nasce (ou se põe) no horizonte leste (ou oeste, se onde se põe o Sol). Note-se que falamos do horizonte leste, não do ponto cardeal leste. Quanto mais afastados do equador, mais varia o local onde o Sol nasce no horizonte.

Um exemplo famoso de calendário solar primitivo é o monumento localizado no sul da Inglaterra conhecido como Stonehenge. Em Florianópolis fica o sítio arqueológico de Praia Mole, onde consta um exemplar tupiniquim.

Pode-se acompanhar o movimento solar por meio das constelações. Divide-se a esfera celeste em 88 áreas distintas: as constelações. Eventualmente uma delas estará na direção do Sol. Observando-se tais constelações, perceber-se-á a falta de uma delas. Esta será aquela sob o Sol. Conforme a Terra se movimenta, o Sol parece se move de uma constelação a outra.

O calendário solar tem quatro pontos especiais: dois equinócios e dois solstícios. Os equinócios ocorrem sobre o Equador, enquanto que os solstícios ocorrem nos Trópicos (Câncer e Capricórnio). O movimento reverte quanto ocorre um dos solstícios.

Historicamente, os calendários solares marcam o início do ano no equinócio vernal (que marca o fim do inverno no hemisfério norte).

Há ainda os calendários lunissolares. Um exemplo é o calendário judaico. O calendário lunissolar começa com as observações da Lua. Os meses possuem 29 ou 30 dias (período da Lunação). Doze meses lunares com duração média de 29,5 dias conferem um ano lunar de 354 dias. Teremos aquela defasagem já citada de 11 dias.

Em geral, esses 11 dias são armazenados para uso em um mês extra, que tentará sincronizar o calendário com os fenômenos astronômicos. Pode haver, portanto, anos com 12 ou 13 meses.

Há ainda os calendários que não acompanham os ciclos do Sol ou da Lua. Um calendário sideral, por sua vez, é aquele que acompanha ciclos celestes de astros outros que não Sol ou Lua – Três Marias, Órion.

Um exemplo deste último é o antigo calendário egípcio, que se iniciava com a estrela Sirius. Quando ela nascia junto com o Sol, tínhamos o nascer helíaco.

Outro tipo de calendário acompanha o Sol ao longo de sua revolução em torno do centro da galáxia. Nesse modelo, o ano sideral, que aqui se torna um ano galáctico, tem 250 milhões de anos. É usado por astrônomos.

Note-se, no entanto, que os Maias acompanhavam o ciclo do planeta Vênus, e assim construíram um calendário religioso.  

E quanto a você, consegue construir um calendário próprio? Pegue uma janela virada para um dos horizontes, leste ou oeste, marque os pontos onde o Sol nasce nos equinócios e solstícios e veja como os astros evoluem no céu.

  
Rubem L. de F. Auto


Fonte: livro “O tempo que o tempo tem: por que o ano tem 12 meses e outras curiosidades...”

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