O calendário de Revolução Francesa foi uma tentativa de
reformar o calendário vigente. Vigorou de 1792 a 1805.
O requisito do novo calendário era que, basicamente, não
deveria se subordinar a qualquer prática religiosa.
O ano “revolucionário” tinha 365 dias. Quando os astrônomos
deliberavam, 366. O calendário se assemelhava ao dos egípcios: ano dividido em
12 meses de 30 dias. Ao fim do ano, mais cinco dias epagômenos (não pertenciam
a qualquer mês). Foram consagrados à virtude, ao gênio, ao trabalho, à opinião
e à recompensa. Quando necessário, acrescentava-se mais um dia epagômeno.
O ano começava à meia-noite do ano civil, tempo médio de
Paris, quando ocorria o equinócio de outono (início do outono). O primeiro ano “revolucionário”
se estendeu do dia 23 de setembro de 1792 até 22 de setembro de 1793.
O novo calendário também trazia novos nomes para os meses.
Os nomes faziam referência a fenômenos naturais comuns naquele período. Os
nomes eram: vendemiário, brumário, frimário, nevoso, pluvioso, ventoso,
germinal, floreal, praiarial, messidor, termidor e frutidor.
As semanas seguiam o sistema decimal (semanas de 10 dias).
Os meses foram divididos em 3 grupos de 10 dias cada – menção ao calendário
grego antigo. Cada grupo de dez dias se chamava década.
Os nomes das semanas eram: primidi, duodi, tridi, quartidi,
quintidi, sextidi, septidi, octidi, nonidi e decadi.
O cálculo das horas também procurava usar múltiplos de 10. O
dia foi dividido em 10 partes – equivalente às horas -, que eram divididas em
10 partes, e assim sucessivamente, enquanto o número fosse mensurável. Um
centésimo de uma hora era um minuto decimal.
Esse sistema não evoluiu porque os relojoeiros o rejeitaram... Imagine o trabalho que teriam!
De fato, chegou-se a tentar um mostrador que juntava os dois tipos de marcadores.
Mas, de qualquer forma, as pessoas tendem a rejeitar mudanças bruscas, e essa
mudança mudaria muitos costumes arraigados.
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “O tempo que o tempo tem: por que o ano tem 12
meses e outras curiosidades...”
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