Pesquisar as postagens

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

MENINO OU MENINA? VOCÊ ESCOLHE!


Não deveria ser surpresa saber que alguns pais têm preferência pelo sexo que terá seu filho. Na era da genética, esse desejo torna-se algo bastante factível.

Existem dois métodos para os pais escolherem o sexo de seus filhos.

O primeiro tem o nome de MicroSort. O casal comparece a uma clínica e, onde a mulher é fertilizada pelo espermatozóide do parceiro, escolhendo-se, para tanto, o cromossomo X ou Y, dependendo do desejo do casal. O pulo do gato é o método de seleção do espermatozóide.

Sabendo-se que o cromossomo sexual Y possui menos material genético que o X, aquele é mais leve que este. Põem-se ambos num tubo de ensaio e procede-se à seleção do cromossomo mais leve ou do mais pesado. A taxa de sucesso é de 88% para meninas e 73% para meninos.

O segundo método é o DPI: diagnóstico pré-implantação. Muito utilizado para geração de bebês livres de doenças genéticas graves presentes nos genes dos pais, vem sendo utilizado para seleção do sexo dos bebês com taxa de sucesso bastante elevada.

Após a fertilização in vitro, retira-se uma célula do embrião, que deve estar com oito a dezesseis células – esse estágio ocorre cerca de três dias após a fertilização. Originalmente avalia-se a presença de mutações que causem doenças, mas nesse caso observa-se o sexo do embrião.  Somente os embriões do sexo desejado são implantados no útero.

Não há muitas dúvidas de que avanços no genoma permitirão selecionar, em breve, altura, potencial atlético etc. Seja como for, os questionamentos acerca da ética desses procedimentos já foram formuladas.

A empresa que desenvolveu o MicroSort anuncia que seus clientes somente podem usá-lo para fins de “equilíbrio familiar”. Caso um casal tenha, por exemplo, quatro filhas, poderia usá-lo para garantir o nascimento de um menino. Mas como fiscalizar o cumprimento dessa regra? Além disso, esse seria um motivo tão nobre, para merecer esse cuidado?

Na Inglaterra, um questionário foi enviado a 2.300 grávidas, em 1993, perguntando sua preferência em relação ao sexo do filho. O resultado demonstrou que, mesmo podendo ser usado largamente, tais métodos não desequilibrariam a população em favor de dado gênero. Aliás, esse país só emite a autorização para que o casal se submeta à fertilização com escolha do sexo do bebê em caso de problemas genéticos.

Naturalmente, sem a interferência médica, no mundo nascem 51% de meninos e 49% de meninas. Contudo, morrem mais meninos no nascimento, o que garante um equilíbrio geral.
Outra pesquisa, na Alemanha, atestou que haveria esse mesmo equilíbrio caso a escolha do sexo fosse permitida.

Em Israel, decidiu-se o seguinte: se um casal tiver quatro filhos do mesmo sexo, e quiser uma criança, permite-se que se utilize do DPI.

A despeito de diferenças regionais (como no caso da Índia e da China, por questões legais; ou em países árabes e alguns asiáticos, em que a herança é transmitida ao filho, não à filha), surgiram questionamentos motivados pelas expectativas paternas em relação aos filhos, que possuam características por eles escolhidas. Argúi-se que o futuro da criança será influenciado não apenas pelo seu sexo, mas também pelas expectativas dos pais.

Bom. Vou esperar por uma técnica de fertilização que permita da escolha do país onde o bebê nascerá...


Rubem L. de F. Auto


Fonte: livro “GenÉtica: escolhas que nossos avós não faziam.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário