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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

MOVIMENTOS DA TERRA – VOCÊ TEM CERTEZA DE QUE OS CONHECE?


Tempo é movimento.  O tempo que pode ser medido por meio de padrões cíclicos é o tempo que usamos para reger nossa vida. Aqui entra a astronomia.

O Sol, por exemplo: é um imenso ponteiro, cujo relógio é o céu. Possui um ciclo diário: nascer, ocaso. Esse é o ciclo solar curto. Se dividido, teremos as horas.

O Sol constitui um calendário bastante eficiente.

E quanto aos movimentos do nosso Planeta? Sendo bem concisos, poderíamos dizer que a Terra tem um movimento, assim como um carro tem um movimento apenas quando o observamos em movimento. Porém esse movimento tem componentes, que podem ser estudados separadamente.

Observando a Terra a partir do Polo Norte, veremos o Planeta girando em sentido antihorário. A rotação, nome desse movimento componente do movimento da Terra, completa dura 23h 56 min. Esse movimento é responsável pelo surgimento dos astros no horizonte leste e seu ocaso no oeste. A duração da rotação, se tivermos o Sol como astro em foco, teremos um “dia solar” – aquele com duração de pouco menos de 24h. Se usarmos outro astro, “dia sideral” – “sidus” significa astro em latim.

O segundo movimento era antigamente chamado de translação. Porém o nome mais correto é revolução. O tempo que a Terra leva para completar uma órbita em torno do Sol é chamado “ano solar”, e é igual a 365,256363 dias solares – ou 365 dias, 6h, 9min e 9,8 s. Se for usado outro astro, “ano sideral”.

Porém essa foi a duração medida sem levar em conta características e sutilezas locais. Em nosso calendário usamos o “ano solar”, ou “ano trópico” com a duração de 365,24219 dias solares – ou 365 dias, 5h, 48min, 45,2s.

O movimento de revolução é um dos responsáveis pelas passagens das estações do ano.  

O eixo do planeta Terra possui uma leve inclinação em relação ao plano da órbita: 23°27`. Esse efeito completa as condições para a transição entre as estações do ano.

Resumindo: “Dia sideral” é tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno de si; “Dia solar” é tempo que o Sol leva para passar duas vezes pelo ponto do “sol de meio-dia”, ou zênite. A diferença entre os dois é de aproximadamente 4 minutos.

O dia solar, em média, durante o ano, tem a duração de 24h.

O eixo de rotação da Terra não é perpendicular ao plano da órbita. A Terra realiza um movimento semelhante a um pião quase a ponto de cair. Chama-se precessão e o movimento completo dura 26 mil anos. O ângulo formado com o eixo principal é de 23°27`.

Este movimento explica a variação do Equador da Terra “bamboleie” em torno do Equador
Celeste, criando os equinócios (sol igualmente incidente sobre ambos os hemisférios da Terra) e solstícios (Sol incidente principalmente sobre um dos Hemisférios).

Graças à precessão cria uma diferença no cálculo dos anos. Um “ano sideral” é o tempo que a Terra leva para girar em torno do Sol. Um “ano trópico” é o tempo entre um equinócio de inverno e outro. Graças à precessão, esses períodos não coincidem.  

Atualmente o equinócio de inverno (ou vernal) acontece na Constelação de Peixes. A próxima era a trará para a Constelação de Aquário, em 2597... a famosa Era de Aquários ainda vai demorar um pouco.

No século XVIII os astrônomos descobriram mais um movimento da terra: a nutação. A variação de 23°27` em relação ao eixo perpendicular à órbita é um valor médio. Ao longo da órbita esse valor varia em cerca de 5`` de arco (5 segundos). Essa variação é o movimento de nutação.

Existe também o movimento polar, que surge em razão de o Planeta Terra ter acúmulo de matérias desigual em seus hemisférios.

O interior do Planeta não gira da mesma forma que a crosta terrestre. Isso gera um movimento como um peso chacoalhando no interior da Terra. Cria-se assim o movimento dos polos magnéticos.

A Terra não gira em torno da Lua. Na verdade as duas giram simultaneamente em torno de si. Os dois astros criam um sistema Terra-Lua. Esse sistema  tem um ponto de massa comum, que fica no interior da Terra – mas, claro, não coincide com o centro da Terra. Isso cria um movimento extra da Terra.

Além disso, sabemos que o Sol está submetido a diversos movimentos gerados por astros galácticos. Evidentemente ele arrasta a Terra e cria mais alguns movimentos.

O estudo dos movimentos da Lua se assemelha com os da Terra. A Lua executa rotação e revolução em torno da Terra. Como ambas têm o mesmo período, chamam-nos movimentos síncronos. É a razão para vermos apenas uma face da Lua.

Como vemos a Lua com incidência da luz solar em pontos específicos, surgem as famosas fases da Lua: nova, quarto crescente, cheia e quarto minguante.

Uma revolução lunar (em torno da Terra), ou mês sideral, dura 27 dias e 8h, aproximadamente. Entre uma fase e outra iguais, como entre duas luas cheias, existe um período chamado de lunação (ou mês sinódico), com 29,5 dias, aproximadamente.

Se tomarmos uma lua nova e esperarmos 27,3 dias, a Lua terá completado sua órbita. Como o eixo da Terra se desloca, precisaremos de mais dois dias para ver uma Lua nova de novo.

E aí? Achava que era fácil assim? J


Rubem L. de F. Auto


Fonte: livro “O tempo que o tempo tem: por que o ano tem 12 meses e outras curiosidades...”

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