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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

OPERAÇÃO LAVA JATO – COMO NUM FILME DE HOLLYWWOD, A VERDADE SURGE NO FIM!


Os EUA são o país do cinema, especialmente dos filmes de ação e thrillers. É bem raro achar algum clássico nesse estilo realizado por cineastas de fora do universo de Hollywood. Com a operação lava jato não foi diferente.

Ontem, após as notícias sobre os pagamentos de multas e indenizações, o enredo foi finalmente desvendado. E a verdade é bem menos romântica do que se poderia supor inicialmente.

Fica bastante claro o que, de fato, motivou tudo o que pudemos acompanhar. As empresas Odebrecht e Brasken, em escala mundial, e outras construtoras, como Camargo Correa, infringiram leis anticorrupção de diversos países do mundo. Pagaram propinas a autoridades americanas para obter contratos lucrativos, pagaram propinas a autoridades de países africanos para obter concessões de exploração de petróleo, pagaram propinas a muitas e muitas autoridades brasileiras, como de costume, e por meio dessas concessões e obséquios se tornaram algumas das maiores empresas do mundo. Lavaram dinheiro em bancos suíços e norte americanos. A maior parte dessas infrações ocorreu no período de maior crescimento da economia Brasileia, quando também ocorreu um grande movimento de internacionalização das grandes empresas nacionais.

Pois bem. Tais operações ilegais não passaram despercebidas pelo radar das autoridades dos países onde ocorreram. Especialmente EUA e Suíça organizaram uma operação global para investigar e traçar o modus operandi dos tupiniquins. Por meio dos instrumentos de cooperação jurídica e policial internacional envolveram, necessariamente, autoridades locais da Polícia Federal e do Judiciário nessas investigações.

Como não poderia deixar de ser, do lado deles o resultado foi espetacular:

1 – Destruíram a saúde financeira das maiores companhias brasileiras, abrindo o mercado nacional para suas contrapartes – e concorrentes.
2 – Arrecadaram uma fortuna entre multas e indenizações. Bilhões de dólares arrecadados quase que sem custo algum. E sem ter empresas nacionais deles envolvidas em maracutaias quaisquer.
3 – Recolonizaram um país que parecia adquirir um papel muito relevante no cenário internacional.


Por outro lado, o que ocorreu no Brasil foi uma tragédia digna de um filme pastelão. Senão, vejamos:

1 – Do lado dos empresários e executivos, reais infratores e beneficiários de todo “propinário” a que deram origem, as únicas penas passaram por penalidades pecuniárias (vão desembolsar uma graninha ao longo de algumas décadas), além das prisões temporárias. No caso de Emílio Odebrecht, pela segunda vez. Outros também já sabiam o que esperar, na cela.
2 – O Ministério Público, por meio de procuradores-políticos, e o Poder Judiciário, por meio de juízes-politiqueiros, usaram todo o alvoroço causado pela investigação promovida “de fora” para alcançar ambições no campo político. Usaram a imprensa e a opinião pública, a segunda adestrada pela primeira, para promover uma campanha contra o governo de então. Toneladas de mentiras, anabolizadas por falsos currículos e por méritos que nunca existiram, foram carreadas para derrubar a administração contemporânea dessas mesmas investigações.
3 – A paralisação das empreiteiras, que levou à paralisação dos investimentos e, por conseguinte, do país, levou consigo milhões de empregos e qualquer possibilidade de retomada do crescimento econômico de maneira relevante por algum tempo.
4 – O momento poderia te sido usado para modernizar a legislação brasileira anticorrupção, ou qualquer outra medida que deixasse alguma herança positiva. Nada disso. Apenas se tentou passar uma lei que geraria um órgão descontrolado e soberbo num país de botocudos.
5 – Difícil saber quem, de fato, dirigia dentro do país essa colaboração internacional. Com certeza diversos delegados, procuradores, talvez até juízes, não estavam envolvidos realmente. Apenas usaram um nome notório na imprensa, e seus empregos públicos, para entornar o caldo da política me favor de seus interesses.
6 – Caju, Botafogo e quetais estão livres. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe...
7 – O deadline de dezembro de 2016 foi decidido “abroad”. Provavelmente em algum gabinete em Washington.


Por fim, mas não menos importante, nada muda. Ficará tudo como antes em terra de Abranches. Caso não tenha relação com alguma investigação internacional, podemos esperar um cenário pós lava jato exatamente nos moldes do que preexistiu a essa. Isto é, propina e roubalheira em volume máximo.



Rubem L. de F. Auto

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