As equações de Einstein mostraram, em 1915, que o Universo
estava se expandindo. O ponto interessante dessa história é que o próprio
Einstein renegou essa conclusão, a que ele mesmo chegara. Não apenas a rejeitou,
como a disfarçou sob a denominação de “constante cosmológica”. Assim, ele
mantinha o Universo sob as leis que sempre o regeram: estático, imutável e
perene.
Mas o físico alemão estava errado... Ao menos nesse ponto.
Outros cientistas compreenderam seus cálculos e não tiveram problemas em
admitir as conclusões por eles trazidas. Segundo esses cientistas, o Universo
estava em mutação. A comprovação desses fatos surgiu em 1929, por meio de Edwin
Hubble.
Portanto, se o Universo está em expansão, então ele era
menor, e será maior. Começou num ponto geométrico e começou a crescer. Em 1946,
Geoge Gamow criou a teoria do Big Bang – ou “Grande Estalo”, “Grande Bum” ... “bang”
é uma onomatopeia para explosão.
Segundo Gamow, em algum momento do passado toda a matéria e
energia do Universo estavam concentradas em apenas um ponto geométrico de
volume zero e densidade infinita. O Big Bang deu origem ao Universo... e ao
próprio espaço-tempo.
No entanto, diversas teorias surgiram desde então. Hoje,
sabe-se que o Universo teve um início e, atualmente, está em expansão. Mas não
é possível dizer que continuará se expandido para sempre, ou mesmo se existia
outro Universo antes do atual.
Segundo Santo Agostinho: “O que havia antes da Criação? O
Inferno, para lá jogar as pessoas que fazem esta pergunta.”
Outra teoria diz que, sobre o Universo, age apenas uma
força: a força da gravidade. Esta teoria prega que a expansão do Universo é
contrabalançada pela força atrativa da gravidade, que eventualmente vencerá. É
a teoria do Big Crunch.
Pode o Big Crunch gerar um novo Big Bang? Pergunta válida,
sem dúvida. Essa é a teoria do Universo Cíclico, ou Eterno.
Bom, e se o Universo simplesmente continuar se expandindo e
expandindo e expandindo... O Universo se constituiria num lugar frio e inerte.
É a teoria do Big Chill – o Grande Frio.
Por fim, observações astronômicas feitas em 2000 mostram que
o freio gravitacional (isto é, o efeito da gravidade sobre a expansão do
Universo) é muito fraco. O Universo não apenas se expande, como sua expansão é
acelerada. Há uma força misteriosa atuando no sentido da expansão. Esse efeito
criaria espécies de “rasgos” no tecido do espaço... E do tempo: É a teoria do
Big Rip – ou grande rasgo. Essa força desconhecida ainda é estudada e poderá
ser a tal energia escura, que atua sobre a massa escura...
E quanto ao tempo? Sabemos contá-lo. Mas e defini-lo? O
tempo sempre é medido em intervalo. Imagine uma flecha sendo lançada e
fotografada. A fotografia registrará uma flecha parada. Mas ela foi fotografada
em movimento, sendo o tempo da foto o tempo da exposição da imagem. Ainda que o
intervalo de exposição seja muito curto, seria contraditório dizer que a flecha
estava parada.
Isso prova que não há intervalo de tempo nulo, mas mínimo.
Os físicos calculam que o intervalo de tempo mínimo seja de 10-43 s.
É conhecido como “tempo de Planck” – ou crônon, como também é conhecido.
Como há uma unidade mínima de tempo, então o tempo é uma
grandeza discreta, contável e não faz sentido pensar em um intervalo menor que
um crônon.
O tempo é relativo? Segundo Einstein, sim: “Um minuto ao
lado de uma bela mulher passa muito mais rápido.”
A relatividade é baseada num conceito absoluto: a velocidade
da luz. Como a velocidade da luz é absoluta, imutável e igual para todos os
observadores, todo o resto (espaço, tempo) é relativo.
Seria o tempo uma quarta dimensão? Segundo Euclides, um
ponto é um objeto geométrico adimensional - zero dimensões; uma linha possui
uma dimensão - comprimento; um quadrado possui duas dimensões (comprimento e
altura); um cubo possui três dimensões (comprimento, largura e altura). O tempo
também tem sua dimensão: duração. Tudo tem um prazo de validade, um tempo para
se desfazer – a dimensão temporal. Portanto tudo à nossa volta tem três
dimensões espaciais e uma temporal.
Dimensão é um número necessário para localizar algo com
precisão: latitude, longitude, altitude e hora determinada, por exemplo.
Contudo, se dissermos que o tempo é a quarta dimensão, a
afirmativa estará incorreta. Seria uma quarta dimensão, dentre outras possibilidades.
Teorias mais recentes descrevem universos
multidimensionais (Multiverso), em termos espaciais. E o mais interessante: nosso
cérebro só consegue desvendar três dimensões espaciais; todas as outras são
imperceptíveis.
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “O tempo que o tempo tem: por que o ano tem 12
meses e outras curiosidades...”
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