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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

BLACK LIVES MATTER! O PRIMEIRO DESFILE DE ESCOLAS DE SAMBA


Quando a Crise de 1929, iniciada nos EUA e que depois atingiu o resto do mundo de maneira decisiva, atingiu seu ápice, a economia brasileira sofreu.

Os EUA eram os maiores compradores de café brasileiro, portanto ficamos sem comprador para nosso maior produto de exportação.

O governo brasileiro tentou uma série de manobras especulativas para manter os preços internacionais estáveis, como comprar o excesso da produção dos cafeicultores e posteriormente queimá-la.
Diante da degringolada no campo, os grandes fazendeiros investiram seus recursos na nascente indústria brasileira.

Em decorrência da crise do campo, trabalhadores debandaram para as cidades, onde as indústrias ofereciam oportunidades de trabalho. Contudo, o local onde os trabalhadores conseguiam abrigo era nas favelas, nos morros cariocas. O Morro da Mineira, por exemplo, derivou seu nome da enorme quantidade de mineiros que saíam dos cafezais da Mantiqueira, agora empobrecidos.

Em 28 de abril de 1928, sete homens se reuniram na casa de Euclides da Joana Velha. Lá, fundaram a primeira escola de samba no Rio de Janeiro, no morro de São Carlos, no bairro do Estácio.

Menos de 1 ano depois, um desses pioneiros, Zé Espiguela, organizou o primeiro concurso de escolas de samba, em 20 de janeiro de 1929, em sua própria casa, na rua Engenho de Dentro. Os critérios utilizados foram para julgamento eram letra e música de samba.

Foram concorrentes: Mangueira, Portela, Unidos de São Carlos. O júri era monocrático: sé o Zé Espinguela atribuía notas. E a vencedora foi a Portela, com o enredo “Não adianta chorar”, de Heitor dos Prazeres.
No ano seguinte, em 1930, o desfile ganhou as ruas e obteve autorização da Prefeitura cinco anos depois.

O primeiro desfile ocorreu em 1932, na Praça Onze, promovido pelo jornal Mundo Esportivo. A Escola vencedora foi a Estação Primeira de Mangueira. O primeiro desfile com arquibancadas ocorreu em 1962, na Avenida Rio Branco, no centro do Rio. Tornou desnecessários os caixotes, que eram alugados nas calçadas.

No ano seguinte, mudou-se para a Avenida Presidente Vargas.  


Rubem L. de F. Auto


Fonte: livro “ESTÁCIO DNA-DO-SAMBA: prostituição, poesias, prosas, tiro, porrada e bomba”

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