Com o enfraquecimento da Rússia,
o caminho estava livre para a OTAN e seus movimentos em direção ao leste. Durante
os anos 1990, a Iugoslavia foi subjugada por pesados bombardeios.
Yeltsin e sua Rússia empobrecida
e desmoralizada eram incapazes de agir preventivamente. A ex-Iugoslavia foi
então esmigalhada em Estados antes unidos sob uma soberania: Croácia, Sérvia,
Kosovo, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Eslovênia e Macedônia.
Os ex-aliados da Rússia se
tornariam, assim, potenciais inimigos no futuro.
Mais uma vez, toda a desgraça a
afligir a Rússia parecia pouca. Uma guerrilha ao estilo afegão estourou na
região da Chechenia. As coisas iam de mal a pior.
Em 1999, Polônia, Hungria e
República Tcheca foram engolidos pela OTAN, em meio a polêmicas e discussões,
além de objeções russas.
Fazia parte dos planos de
Brzezinski a instalação de várias bases americanas, cercando tanto a Rússia
como a China. Além disso, poucos anos após os escritos de Brzezinski, um grupo
de agressivos neo-conservadores (isto é, aqueles que põem os interesses de
Israel acima de tudo, inclusive mesmo sobre os interesses dos EUA) publicaram
um estudo similar. Um relatório intitulado “Reconstruindo as defesas da América”,
o estudo conhecido como “O projeto para o novo século americano” – PNAC, em
inglês – abertamente requeria que a América dominasse o Oriente Médio e que
derrubasse o governo do Iraque.
O relatório até mesmo avisava: “O
processo de transformação (conquista do Oriente Médio) parece que será muito distante,
a não ser que haja algum evento catastrófico e catalisador – como um novo Pearl
Harbor.”
Entre as cabeças pensantes desses
textos estavam William Kristol, Donald Rumsfeld, Dick Cheney, Paul Wolfowitz e
Robert Kagan. Cada um deles ocuparia altos cargos no governo assim que o alcoólatra
George W. Bush assumisse a Casa Branca, em janeiro de 2001.
Em 7 de agosto, as embaixadas
americanas no Quênia e na Tanzânia foram explodidas simultaneamente. Dos 223 mortos,
apenas 12 eram de norte-americanos, enquanto os demais eram de africanos. Um
novo vilão é apresentado ao público americano. Disseram que um bilionário
saudita chamado Osama Bin Laden e sua rede de terroristas Al-Qaeda eram responsáveis pelos ataques. Osama, que
seria o “Hitler do ano”, negou seu envolvimento.
Outra coincidência fantástica: o
esconderijo do Osama, sua montanha escondida, localizava-se no Afeganistão: ao
sul da Rússia e no coração da Ásia Central.
Nos estertores dos anos 1990,
conforme a década tumultuada chegava ao fim, a economia russa estava em
frangalhos, as pessoas estavam deprimidas e desmoralizadas, uma guerra
terrorista explodia na Chechenia, a OTAN se movia em direção ao leste, neo-cons
dirigiam olhares ambiciosos para a Ásia Central, além de se mostrarem dispostos
a conquistarem todo o Oriente Médio.
Continua!
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “The war against Putin: what the
government-media complex isn`t telling you about Russia ...”
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