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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

GUERRA DA SÍRIA: O PASSO A PASSO DO CONFLITO – PARTE 5




A história do conflito na Síria envolve muitas histórias. É a história de um governo que pretendia preservar seu futuro apelando para repressões violentas; é a história de desertores das forças armadas que resolveram pegar em armas; é a história da emergência de diversos grupos jihadistas estrangeiros.

É também a história de iniciativas de paz e de cessar-fogo fracassados, de intervenções externas por parte de diversos países, e de milhões de refugiados, além de uma crise de refugiados de proporções épicas.

O ISIS é uma ameaça que não vai se resolver com o fim do conflito. Embora a criação do grupo não seja uma responsabilidade a ser carregada apenas pelo governo sírio, embora a capacidade de expansão, tanto em termos de amplitude, como de velocidade, seja derivada diretamente da guerra interna e das circunstâncias favoráveis no Iraque, à época.

O ISIS se expande na guerra, na instabilidade e no descontentamento, os quais geram vácuos para seus militantes, os quais se veem como um Estado de verdade, com todas as responsabilidades daí decorrentes.

Além do mais, o ISIS é uma marca e uma ideologia que não desaparecerão, ainda que todo o território sob seu controle seja recuperado. Em maio de 2016, o porta-voz do ISIS Abu Muhammad Al-Adnani revelou uma gravação na qual admitia a perda de territórios e prometia que qualquer perda, no futuro, de Raqqa, Mosul e a morte de Abu Bakr Al-Baghdadi não significariam a que eles teriam sido derrotados.

Em todos os documentos oficiais, emitidos pelas Nações Unidas e pela Liga Árabe, o conceito de que se deve respeitar a soberania do país está presente. No entanto, como o conflito levou a extremos, o sectarianismo preexistente – além das questões étnicas – se aprofundou. Mas esse conceito está sendo constantemente enfrentado por quem defende medidas alternativas de longo prazo. Estarão os alawitas seguros num oaís de maioria sunita e, agora, no comando? E quanto às fronteiras?

É possível que o país seja dividido de acordo com os credos religiosos e filiações étnicas.
Alternativamente, esse conflito pode ter apenas contagiado vizinhos na região, antecipando conflitos bem maiores.

Enfim. O tempo dirá...

  
Rubem L. de F. Auto

Fonte: livro “The Syrian Civil War: The History of the 21th Century Deadliest Conflict” 

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