Ao longo destes posts, pudemos ler sobre diversas Revoltas,
Conflitos e Revoluções criados para desestabilizar governos que, por uma razão ou
outra, desagradavam governos mais fortes e que possuíssem interesses diversos.
Pois bem, agora leremos sobre outra Revolta, a irritar bastante o Kremlin: a
Revolta da Vagina!
A mídia anti-Putin propagandeava contra o governo Putin
desde 2004, porém de maneira discreta. De 2004 a 2012 o movimento atingiu
escala alarmante. Por volta de 2014 atingiu o patamar de histeria.
O primeiro grande ataque ocorreu em 2012, por ocasião das
peripécias praticadas por membros de uma banda punk feminina chamada Pussy Riot
– ou Revolta da Vagina, ou Buceta, you name it...
As garotas foram presas por “apenas” entrar numa igreja em
Moscou e cantar músicas punk, em protesto contra Putin. Após uma condenação a
dois anos de prisão, a comunidade internacional explodiu em indignação. Putin
era chamado de tirano e de outros nomes na imprensa internacional, além de ser
acusado de ter manipulado todo o julgamento em desfavor das artistas de
perereca revoltosa...
As jovens acusavam a polícia de agir brutalmente, postarem
fotos e vídeos na internet para provar, e acusavam Putin de ter mandado os
policiais agirem daquela maneira. As imagens circularam pelo mundo todo.
Talvez por todo a repercussão, talvez por atitude deliberada
do governo, os membros da banda presos ficaram curtos períodos na cadeia ou
pagaram fianças, quando muito. Ah! Também foram proibidas de se aproximar de
qualquer igreja.
No entanto, apesar da proibição acima citada, em fevereiro
de 2012 membros da mesma banda invadiram a Catedral de Cristo o Salvador de
Moscou.
Apenas para esclarecer: já foi dito que essa obra monumental
de Alexandre I foi explodida pelos soviéticos, em 1931. Durante os anos 1990,
entretanto, foi reconstruída da maneira mais próxima do projeto original. Desnecessário dizer a importância dessa Catedral para o povo.
Pois bem. Tal importância foi precisamente o que guiou as
jovens em sua direção. As músicas encenaram um protesto obsceno voltado contra Putin
e o Patriarcado Ortodoxo Kirill – este é uma espécie de Papa da Igreja Ortodoxa
russa.
Ela gritavam palavras de ordem,
como: “Putin é merda! Merda! A Merda do Senhor!”. Chamaram Kirill de “puta” e conclamaram
Nossa Senhora a “ser feminista”.
Finalmente as garotas foram
presas condenadas pelas autoridades
locais por “hooliganismo motivado por ódio à religião”. Seguiram-se mais
críticas e acusações, que preenchiam as páginas dos jornais de todo o ocidente.
As garotas não apenas não demonstravam uma ponta sequer de remorsos, como riam-se
e se referiam jocosamente à Corte, ao longo de toda a sessão de julgamento.
Outro episódio igualmente
desafiante para Putin foi a infame “Lei Anti-Gay”.
Em 2013, o fiasco das garotas do
Pussy Riot deu início a um duro embate, que deliberadamente representava de
maneira um tanto falsa as leis da nova Rússia, em torno da proibição da
disseminação de propagandas com conteúdo homossexual, com a justificativa de proteger
menores de idade.
O projeto de lei passou unanimemente pelo Parlamento.
No entanto, as notícias que cobriam a lei “anti-gay” de
Putin davam a sensação de que homossexuais costumavam ser caçados e abatidos nas
ruas, protegidos pelo Estado.
O efeito foi tamanho que Putin e delegados russos foram
proibidos de participar da comemoração dos 150 anos do Departamento de
Bombeiros de San Francisco, evento para o qual haviam sido previamente convidados,
porém logo após barrados por pressão de grupos homossexuais.
Acrescente-se: os grupos homossexuais russos não foram
banidos nem tornados ilegais. As palavras de Putin acerca da lei “anti-gay”
foram:
“Tchaicovsky era gay – embora seja verdade que nós não o amamos
por causa disso – mas ele era um grande músico e nós amamos sua música. E daí?”
“Não há razão para fazer uma tempestade num copo d`água, nada terrível ou
amedrontador está ocorrendo aqui em nosso país.”
Depois, acrescentou:
“Pessoas gays não têm o que temer na Rússia desde que deixem
nossas crianças em paz.”
Continua!
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “The war against
Putin: what the government ...”
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