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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

VLAD PUTIN, O GRANDE: UMA BREVE BIOGRAFIA – PARTE 11




Em 2008, Barak Obama foi eleito presidente dos EUA.

Obama escolhe Mark Brzezinski, filho do ínclito Zbigniew, como conselheiro de política externa de sua campanha. Note-se que seu adversário, McCain, escolhera Ian Brzezinski, outro filho do velho intrépido, para posto equivalente de sua campanha.

Obama era representante de uma ala da política externa americana que põe ênfase no “Soft Power” de longo prazo. A guerra é o último recurso, após: protestos “iphone” organizados por ONGs, sanções famélicas e conflitos armados de rebeldes agindo por procuração de Washington. Se tudo isso falhar, enviem-se os mariners.

McCain, por seu turno, é parte do esquema Bush/Cheney, ala neo-con da classe dirigente americana. Isto é: guerra é a primeira opção, a segunda opção e a terceira opção!

Outra diferença é que a ala neo-con é fanaticamente pró-Israel. Por outro lado, os liberais acham que as agressões externas a partir de Israel e os abusos cometidos nas colônias ocupadas dificultam a colaboração e subversão de países árabes e muçulmanos .

Nas palavras de McCain, durante sua campanha:

“Quando olho bem nos olhos de Valdimir Putin, leio três letras: um K, um G e um B.”

Em 2009, Obama encenou o cancelamento do sistema de mísseis que os EUA pretendiam instalar na Polônia. Logo após esse anúncio, seu vice, Joe Biden, anunciou o emprego de um sistema de mísseis diferente, que envolveria também a Romênia.

A expansão da OTAN também parecia irrefreável. Agora, Albânia e Croácia eram membros. Montenegro, Kosovo, Moldova e Macedônia eram fortes candidatos em uma eventual próxima rodada.

Em 2010, eclodiu a Primavera Árabe. Desengatilhada por vazamentos de informações secretas por meio do site Wikileaks, protestos incessantes derrubaram os governos da Tunísia, Egito e Líbia. No caso da Líbia, caças de guerra e drones da OTAN atacaram o comboio que transportava o presidente líbio Muanmar Qadaffi, em 2011. Mercenários terroristas – algo semelhante aos mujahedin afegãos armados pela CIA – torturaram e mataram Qadaffi – com registro em iphone.

A afamada Secretária de Estado Hillary Clinton reagiu emotivamente às notícias:

“Nós Viemos. Nós Vimos. Ele morreu!”

O primeiro-ministro Putin reagiu de maneira mais contida:

“Quem fez isso? Drones, muitos deles americanos. Atacaram sua coluna. Então – por meio de forças especiais, que não deveriam estar ali – eles trouxeram a reboque os assim chamados soldados da oposição, e o mataram sem julgamento ou investigações.”

A aliada da Rússia, Síria, também foi devassada por protestos “espontâneos”, que em breve se tornariam violentos. Um exército por procuração, constituído por radicais domésticos e terroristas importados, lançou a Síria naquilo que a mídia ocidental continuava a descrever, indevidamente, como uma guerra civil.

O fato de que o Eixo EUA-EU-Israel não conseguia aniquilar a resiliente Síria deixou muitos profundamente irritados com Rússia e China. Em 2012, uma Hillary bastante nervosa avisava:

“Eu não creio que Rússia e China não pagarão qualquer preço – nada, de fato – após se posicionarem a favor do regime de Assad. A única maneira de alterar essa constatação é se todas as nações aqui representadas direta e urgentemente tornarem claro que Rússia e China pagarão algum preço.”

Naquele mesmo ano, Putin foi eleito Presidente, enquanto seu fiel escudeiro Medvedev retornava ao posto de primeiro-ministro. Em público, Obama congratulou Putin por seu retorno ao Kremlin.

Mas o clima em casa não era o mais ameno possível para Putin. Quando indagado sobre os protestos “espontâneos” que precederam sua eleição, em 2012, Putin lançou mão de um pouco do humor russo e de desdém em sua resposta:

“Eu sei que os estudantes receberam pagamentos – bem, teria sido bom se eles tivessem conseguido alguma coisa.”

Em seu terceiro mandato, Putin eliminaria os riscos desses agentes de protestos ao forçá-los a se registrarem como agentes estrangeiros e exigir licenças para realizarem protestos. A imprensa estrangeira, necessariamente, acusou o governo de atentar contra o direito de liberdade de expressão.

No rastro do banho de sangue e caos que o governo Obama lançou sobre o Afeganistão, a Líbia e a Síria, os drones Predator mataram ao menos 1000 inocentes no Paquistão, Iêmen e Sudão. Ao menos metade dos mortos eram crianças, mulheres e idosos.

Para se contrapor ao aumento da influência econômica da China na África, Obama expandiu enormemente as operações militares dos EUA na África Central.

A Coréia do Norte permanecia sob constante ameaça verbal dos EUA. Essa situação fez Dennis Rodman, famoso ex-jogador de basquetebol e amigo do presidente norte coreano Kim Jong Un, a se referir agressivamente a Obama e Hillary Clinton como “assholes” – algo como FDP.

Brasil e Índia, membros do BRICS, eram constantemente atacados pelo governo Obama e pelo NY Times. O mesmo ocorria com  como Argentina, Bielorussia, Burma, Turquia, Bangladesh, Malásia e todo um grupo de nações pequenas agora na órbita comercial da dupla Rússia-China.

Continua !


Rubem L. de F. Auto

Fonte: livro “The war against Putin: what the government ...”

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