Outro desafio posto no caminho do
governo Putin surgiu na Ucrânia. Por volta de 2010, a Revolução Laranja foi
democraticamente desarticulada.
O novo Presidente, Victor
Yanukovich, desejava manter boas relações com Rússia e União Europeia. Até aí
tudo bem. No entanto, em novembro de 2013, Yanukovich anunciou que não desejava
mais se associar à União Europeia. Em instantes, protestos ocuparam completamente
a Praça Principal da cidade de Kiev, chamada Maidan. Os artefatos observados
eram aqueles de sempre: bandeiras da União Europeia, banners profissionais, cartolinas
escritas em inglês, mascaras de Guy Fawkes etc.
Depois desses atos, o país restou
dividido. A Ucrânia Ocidental voltou-se para o Oeste, ao contrário do leste do
país, mais desenvolvido, de língua preponderantemente russa e cujos laços com a
Rússia pareciam impossíveis de se romperem.
Porém, em lugar algum os laços
com a Rússia são mais perceptíveis do que na Península da Criméia. Como se
sabe, essa região sempre foi parte integrante da Rússia, até que Khruschev
resolveu realocá-la na República da Ucrânia.
O caos se instalou, em grande
parte, por ação de John McCain. Em dezembro de 2013, o senador pegou o microfone
e gritou a pleno pulmões aos ucranianos:
“A todos os ucranianos, a América
está com você. Pessoas da Ucrânia, este é seu momento. É sobre vocês; e ninguém
mais. É sobre o futuro que vocês desejam a seu país. É sobre o futuro que vocês
merecem. Um futuro na Europa, um futuro de paz... O mundo livre está com vocês,
a América está com vocês, eu estou com vocês.”
Por volta de março de 2014, a
combinação de protestos legítimos contra o atrapalhado Yanukovich e a
instigação estrangeira capitaneada por McCain, levou os protestos massivos ao
ponto de ebulição.
Quando os coquetéis Molotov e as
pedras começaram a voar, Yanukovich chamou a polícia. Foi o suficiente para que
a imprensa internacional começasse a gritar contra o governo “fascista”. Provavelmente
assustado com a situação e ao mesmo tempo sem demonstrar a menor capacidade
para lidar com os protestos, Yanukovich começou uma série de concessões aos
revoltosos e os partidos de oposição que a eles s juntaram.
Uma repressão policial contida,
somada às concessões do presidente, levaram as manifestações a serem ainda mais
agressivas, levando a ataques contra prédio públicos. Em ataques perpetrados
contra a polícia, esta recuava.
Os desafetos entre ucranianos e
russos são velhos de décadas. Após o Holomodor e outros episódios marcantes
ocorridos entre as duas nações, a CiA percebeu ali um grupo de pessoas que
poderiam ser treinadas para atuar contra o seu inimigo – de fato, inimigo comum
de ambos. Na década de 1940, agentes cultivaram grupos anti-stalinistas, de voluntários
que lutaram ao lado dos alemães contra Stalin.
Provavelmente por terem perdido o
controle da situação, os protestos e os enfrentamentos cotidianos contra a
policia levaram a algumas mortes. Consequência imediata: o governo Obama, e o
próprio, ao lado da comunidade internacional, condenaram Yanokovich por matar
manifestantes.
Passo seguinte, os manifestantes
pediam agora a cabeça de Yanukovich. O presidente s viu obrigado a deixar o
país, ao lado de sua esposa. Os manifestantes chegaram a invadir sua casa.
Assim, mais uma série de
protestos levava à queda de mais um governo pró-Rússia.
Continua!
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “The war against
Putin: what the government ...”
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