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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

VLAD PUTIN, O GRANDE: UMA BREVE BIOGRAFIA – PARTE 9




De 2001 a 2007, a economia russa cresceu à taxa de 7% ao ano. O PIB da Rússia cresceu 6 vezes, indo da 22ª para a 10ª colocação entre os maiores PIBs do mundo. O salário médio cresceu quase 10 vezes. A porcentagem de pessoas abaixo da linha de pobreza caiu pela metade. No passado representando 150% do PIB, a dívida externa foi virtualmente quitada. Moscou era lar do grupo de milionários com crescimento mais rápido no mundo.

A indústria cresceu substancialmente, assim como a produção, construção, renda real, crédito e a classe média. Políticas pró-mercado incluíram uma alíquota fixa de impostos de 13%, uma redução de 25% nos impostos corporativos (pessoas jurídicas), eliminação de impostos sobre ganhos de capital para diversos setores da economia.

A carga tributária sobre pequenas empresas também foi reduzida. De fato, a carga tributária como um todo, na Rússia, foi reduzida abaixo de diversos países europeus.

Um conceito central no pensamento econômico de Putin foi a criação dos chamados Campeões Nacionais, empresas grandes de setores estratégicos das quais se espera não apenas lucros, mas também fazer avançar os interesses nacionais. Exemplos são: Gazprom, Rosneft e United Aircraft Corporation.

Após recobrar o controle sobre os Oligarcas, um fundo para as rendas do petróleo permitiu à Rússia pagar todos as dívidas passadas. O governo se tornou livre de dívidas. Sob Putin, a Rússia fortaleceu seu papel de fornecedor-chave de petróleo para a Europa. A maioria das fabricantes de automóveis estabeleceu fábrica na Rússia, via incentivos fiscais e medidas protecionistas. Por isso tudo, Jimmy Rogers, lendário investidor americano, dentre outros, elogiou o potencial da economia do país.

Pulando para 2014, os russos também passaram a se beneficiar de um setor de cuidados com a saúde em franco crescimento.

A filosofia econômica de Putin pode ser resumida assim: baixos impostos, baixa dívida, privatizações reais, descentralização. Sobre os perigos do governo centralizado, Putin disse:

“No século XX, a URSS fez do papel estatal um poder absoluto. No longo prazo, isso fez a economia soviética completamente não competitiva. Essa lição nos custou muito. Tenho certeza de que ninguém quer que o cenário se repita.”

Sobre orçamentários fiscais:

“O aumento injustificado dos déficits orçamentários e o acúmulo de déficits públicos são tão destrutivos quanto aventuras no mercado de ações.”

Sobre as emissões ilimitadas de dinheiro pelo FED:

“Olhem o balanço comercial da América, suas dívidas e seu orçamento. Ele ligaram as impressoras e afundam o planeta em seus títulos do governo. Não há chances de atuarmos da mesma maneira... Não temos a luxúria de tanto hooliganismo.”

Mas Putin não é só dinheiro. Ele é um homem de cultura com boa base histórica. Como tal, entende a importância de firmamentos morais para uma sociedade sadia e forte. Sem impor a herança do cristianismo ortodoxo a qualquer pessoa, Putin trabalha lado a lado com o Patriarcado da Igreja, tentando fazer a instituição reviver os dias gloriosos, há muito suprimido. Literalmente, milhares de igrejas foram construídas por toda a Rússia.

Putin pensa o seguinte sobre o cristianismo:

“A ortodoxia cristã sempre teve papel especial ao formular nosso modelo de Estado, nossa moral. A Igreja pode ser separada do Estado. Mas na alma e na história de nossa gente, são a mesma coisa. Sempre foi e sempre será.”

Sobre o declínio das famílias e da população:

“É importante que as famílias deem o próximo passo... Estou convencido de que a norma na Rússia deveria ser uma família com três filhos.”

De fato, em 2012 a Rússia reverteu uma taxa de suicídio de 25% ao ano, tendendo ao esvaziamento do país e passou a viver um “baby boom”, maior do que em qualquer país ocidental.

Abortos após o 3º mês foram proibidos.

As leis russas passaram a exigir educação moral nas escolas. O diferencial é a possibilidade de que pais que vivem em culturas diferentes, coisa comum numa nação multi-étnica, possam escolher como querem que essa educação se adeque a seus filhos. A educação moral pode seguir padrões do cristianismo ortodoxo, do judaísmo, do clero muçulmano e mesmo a ética de natureza secular está disponível.

Putin até transformou a obra clássica de Alexandr Solzhenitsyn, Arquipélago Gulag, em leitura obrigatória nas escolas secundárias.  

No termo final do mandato presidencial de Putin, em 2008, a Rússia já estava forte e revitalizada. A recuperação da economia foi impressionante o suficiente para que vencesse a escolha do Comitê Internacional para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2012.

Sob a Constituição russa, Putin não poderia ocupar a presidência em um terceiro mandato. Ele seria o primeiro-ministro pelos quatro anos seguintes, enquanto seu fiel escudeiro Dmitri Medvedev atuava como presidente.

No dia da cerimônia de abertura, em 7 de agosto, o novo governo da Geórgia lançou uma ofensiva contra a Ossétia do Sul, um quase-protetorado russo, e reclamaram o território para si. Por coincidência ou não, esse episódio se seguiu a uma visita de Condoleezza Rice, na qual ofereceu uma vaga na OTAN à Geórgia. A Geórgia repetiu o mesmo com a Abkhazia.

Cerca de 2000 civis foram mortos pelos georgianos. Até que Putin, primeiro-ministro mas ainda líder do país, retornasse da China e desse uma resposta. E ele sabe responder.

A contraofensiva russa foi rápida e profissional. Os amadores geogianos foram empurrados de volta para suas casas.

Ainda no meio desses conflitos, os EUA fecharam um acordo com a Polônia para instalar um sistema de defesa por mísseis no país, com uma parte do aparato na República Tcheca. Apesar da justificativa ridícula de que se destinavam a contra-atacar eventualmente o Irã, os russos sabiam que o sistema era uma tática da OTAN para atacar a Rússia.

Sobre esse tema, o Ministro da Defesa russo afirmou:

“O fato de que esse acordo foi assinado em um período de crise nas relações entre Rússia e EUA, causada pela situação na Geórgia, mostra com clareza que o sistema de mísseis será empregado não contra o Irã, mas contra o potencial estratégico da Rússia.”

Continua!   


Rubem L. de F. Auto

Fonte: livro “The war against Putin: what the government-media complex isn`t telling you about Russia ...”

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