O presidente deposto da Ucrânia, Yanukovich, achou seu
refúgio seguro em Moscou. Logo após sua chegada, outro protesto violento
irrompeu em seu país. Agora, no entento, ocorreu na parte mais russófila do
país, a Península da Crimeia.
Os protestos agora eram liderados por tártaros, grupo étnico
minoria na Criméia. Sua reivindicação era que a região se alinhasse ao governo
que assumiu Kiev, no oeste.
Obviamente os russos na Crimeia reagiram, a conflagração
aumentou o tom, até que as Forças de Defesa da Crimeia restabeleceram a ordem.
Bom, as notícias nos jornais ocidentais variavam muito pouco
em torno da frase “A Rússia invade a Crimeia!”
A insanamente bélica Hillary Clinton, declarou, bem ao estilo:
“Agora, se isso soa familiar, foi o que Hitler fez nos anos
1930. Todos os alemães que eram... os alemães étnicos os alemães por
ascendência, que estavam em locais como Tchecoeslováquia e Romênia e outros
lugares, Hitler se manteve dizendo que eles não estavam sendo tratados
corretamente. Eu devo ir e proteger a minha gente, e é isso o que deixa todos
nervosos.”
Como se vê, ela não se esqueceu de encaixar a “letra H” no
seu discurso... Típico e eficiente.
A realidade é que não houve invasão alguma. A Crimeia é uma
península ligada ao território da Ucrânia. Para chegar à Rússia, sem atravessar
a Ucrânia, é necessário atravessar mais de 3 milhas pelo mar Negro – Estreito de
Kerch. Portanto somente uma invasão naval (ou aérea) seria possível, o que não
foi noticiado, ao menos.
Bem, após a chegada das tropas de segurança da própria
Ucrânia, os tártaros dispersaram e foi o fim da revolta interna. Saldo final do
conflito: 0 mortos, 0 feridos.
Uma semana depois, os habitantes da região votaram num
referendo pela volta à Rússia: 97% dos votos diziam sim. Mesmo a maioria dos
tártaros votaram nesse sentido.
Obama e a União Europeia ameaçaram a Rússia após a anexação.
Brasil, Argentina, Índia e China deram apoio à decisão referendada.
Os EUA voltaram a falar em instalar uma base de lançamento
de mísseis na Polônia, dosi senadores americanos exigiram que a FIFA proibisse
a participação da Rússia na Copa de 2014 – claro que a FIFA recusou-se a
atender essa exigência descabida.
O novo representante de Washington em Kiev agora atendia
pelo nome de Yulia Timoshenko, a musa da Revolução Laranja, recentemente saída
da cadeia. Sua declaração: era chegada a hora de começar a matar os russos do
leste e iniciar uma Guerra nuclear contra a Rússia! Essas palavras foram
gravadas pelo serviço de espionagem russo equivalente à NSA yankee.
A Lady Macbeth ucraniana continuou:
“É hora de pegarmos em armas e matarmos aqueles desgraçados
russos, com seu líder (Putin)... Eu estou pronta para pegar uma metralhadora e
matar aquele filho da puta na cabeça.
Ucranianos devem pegar em armas contra os russos, então nem
mesmo terra arrasada será deixada na Rússia. Eu espero que eu possa envolver
todas as minhas conexões. E eu usarei todos os meus meios para fazer o mundo se
levantar, e então não haverá um só campo de terras arrasadas na Rússia.”
Após, essas declarações foram carregadas no Youtube. Yulia
confirmou que disse tudo isso acima. A repercussão preocupou os russos do leste
da Ucrânia.
O motivo era muito simples: se Tymoshenko não via problemas
em empreender uma matança contra os russos no leste, o que Putin pensaria de
começar um banho de sangue no oeste?
Por fim, na segunda metade de 2016, o mundo discute a
influência de Putin na escolha do Presidente dos EUA.
Quantas mudanças
ocorreram, não?
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “The war against
Putin: what the government ...”
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