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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

QUEM PENSOU (E PENSA) A ECONOMIA?


Friedrich Kayek foi um economista e filósofo austro-húngaro. Foi vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 1974 por seu trabalho sobre formação de bolhas na economia. Enquadrava-se como economista liberal.

Ele argumentava que a interferência do governo na economia tendia a criar bolhas em certos ativos que, inevitavelmente, estouraria, com resultados traumáticos. Subsídios ou empréstimos facilitados levariam a tomadas de decisões ruins pelos atores econômicos. Ao manipular as condições de mercado, a interferência do governo levaria a distorções de preços. E isso seria insustentável a longo prazo.

Hayek dedicou-se também a estudar o papel do preço e da informação. O preço cobrado por um produto reflete, também, todos os custos envolvidos na sua produção e distribuição. O consumidor não sabe quais são esses custos, nem o que pode levar ao aumento ou à queda de preço de cada um deles. Sabe apenas qual é o preço, e com base nessa informação toma suas decisões. Portanto o bom funcionamento da economia depende da maior clareza e racionalidade possíveis na formação dos preços.

Outro economista de destaque foi John Maynard Keynes, conhecido como o pai da macroeconomia moderna. Sua obra mais citada deve ser “The General Theory of Employment, Interest and Money”.
Keynes cresceu num mundo de economistas liberais. O lema reinante era o de que a economia é sagrada, está sempre correta ou se corrigindo, e qualquer interferência do governo é ruim, ainda que com a melhor das intenções. Keynes desafiou esse mundo.

Seu foco foi a despesa pública. Ele propôs que o governo poderia aumentar seus gastos em períodos de recessão, e poderia fazê-lo de duas formas: aumentando gastos ou aumentando a oferta de moeda.
A base teórica é o efeito multiplicador: cada real que o governo gasta gera mais demanda na economia, que se espalha pelos mais diversos setores e ajuda na superação da recessão.

Em 1976, o Prêmio Nobel de Economia foi concedido a Milton Friedman, por seus trabalhos sobre análise do consumo, história e teoria da moeda e políticas de estabilização. Uma de suas grandes contribuições à ciência econômica foi sua Teoria da Função de Consumo. Segundo esta, o determinante para a decisão de consumir é a sua renda média esperada a longo prazo, não sua renda atual. Somente alterações de efeito durador na renda individual terão impacto sobre os gastos.

A renda permanente do consumidor é determinada por seus ativos, tanto físicos (ações, títulos, propriedades) quanto humanos (educação e experiência profissional). O consumidor somente poupa se esperar que sua renda média a longo prazo (renda permanente) seja inferior à sua renda atual.
Suas lições se baseiam em 3 pilares:

1.      Aumentar a oferta monetária leva a aumentos de preço. O inverso é verdadeiro. A teoria keynesiana se baseia no produto nominal. Friedman trabalhava com o produto real. Somente alterações na estrutura do país (infraestrutura, capital humano, energia limpa etc) pode aumentar o produto real.
2.      Apontava que o tipo de capital mais importante é o capital humano. Isso explica que países pobres em recursos naturais, como Japão, Singapura, Hong Kong conseguiram se desenvolver, enquanto outros, ricos em recursos, não são capazes de explorá-los em benefício próprio.
3.      Ensinava que a liberdade é um valor importante e que é bem recente na história. O normal sempre foi a opressão.

Produto aclamado do Iluminismo escocês, Adam Smith foi um filósofo moral e pioneiro da economia política. É chamado de pai do liberalismo econômico.

Em seus dias ainda estava em prática o mercantilismo. Esse sistema econômico se caracterizava pela interferência estatal e pela regulação, muitas vezes monopólios criados pelo Estado. Embora na Inglaterra essa interferência fosse um pouco menor, Smith considerava a expansão dos mercados essencial e criticava a intervenção das guildas (corporações de ofício, que visavam proteger os interesses de certas categorias profissionais) e dos governos.

Contudo, o país estava mudando rapidamente. O setor privado mudava o curso de rios, construía canais, reduzia os custos de transporte. Em 1776, publica sua obra-prima: An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations. Nessa obra ele discorre acerca dos benefícios que os interesses egoístas, individuais trazem ao bom funcionamento da economia.

Karl Marx foi filósofo, economista, sociólogo, jornalista e revolucionário. Morreu em Londres, em 1883. Teorizou sobre as lutas de classes, entre ricos e pobres, burgueses e proletários. Nunca pregou o comunismo, mas o descrevia como o fim de um longo processo, que criaria um modelo novo de sistema econômico e social. Seria a superação do capitalismo. Marx definiu o capitalismo como um sistema baseado na propriedade privada dos meios de produção. Algumas pessoas são proprietárias de fábricas, lojas e outros negócios.

No antigo sistema feudal, os senhores feudais eram proprietários de todas as terras. Portanto as pessoas viviam e trabalhavam tais terras, mesmo que não as possuíssem. Após a instituição dos enclosure acts, nos séculos XVIII e XIX, milhões não puderam mais viver naquelas terras, sendo, portanto, obrigados a se mudarem para as cidades e procurar empregos. Condições de trabalho péssimas, salários baixos face a oferta de mão de obra e total desconhecimento do produto em que estava trabalhando (alienação) levou ao estabelecimento de uma nova realidade social. Inicia-se aí o tal conflito de que falou Marx ...
Joseph Stiglitz escreveu sobre economia da informação, imperfeição de mercados, como os mercados lidam com o risco, dentre outros temas. Foi agraciado com o Prêmio Nobel de Economia em 2001, trabalhando sobre a Teoria da Assimetria da Informação. Lançou as bases para o estudo das assimetrias de informações nos diversos mercados. Esses estudos levaram à refutação da tal “mão invisível” de Smith.

Em suas palavras: “O debate real hoje é sobre achar o balanceamento correto entre mercado e governo. Ambos são necessários. Complementam-se. Esse balanceamento diferirá no tempo e no espaço. Nossa teoria (da assimetria de informação) ajuda a explicar porque mercados imperfeitos frequentemente não apenas não levam à justiça social, mas também não produzem resultados eficientes ...”. De fato, a mão invisível não foi refutada completamente. Apenas perceberam-se exceções relevantes a essa regra.

Stiglitz também buscou explicar porque, mesmo em períodos de recessão, quando so salários caem, o desemprego não some, ainda que haja espaço para mais redução de salários, permitindo contratações baratas. A explicação é o desejo de o empresário não ver empregados sem o que fazer, ociosos. O desemprego tende a subir em períodos de recessão, mesmo diante do paradigma neoclássico.

Os três anos em que passou no Banco Mundial, como economista chefe, levou-o a questionar algumas regras impostas aos países em desenvolvimento e pobres. Uma delas foram as leis sobre patentes intelectuais, pelas quais produtos farmacêuticos e outros chegam por preços muito elevados aos mais pobres. Debateu-se contra o déficit democrático nas instituições multilaterais. Também criticou as políticas que o FMI costuma impor aos países em dificuldades.

Foi também Stiglitz quem estudou as políticas adotadas pela Argentina para sair da crise de 2001 e criou a “Solução Argentina”: um conjunto de medidas adotadas pelo país, como um receituários para outros, como a Grécia, saírem de suas crises econômicas.

Paul Krugman venceu um Prêmio Nobel de Economia por seus trabalhos em Comércio Internacional e Geografia Econômica. Nos anos 1970 criou a Nova Teoria Econômica. Por meio dela, explicou porque países com perfis econômicos similares, como Japão, França e Alemanha, apresentavam índices tão altos de trocas comerciais entre si de produtos que todos eles produzem, como carros. E resposta reside nas economias de escala. Quanto mais produzem, menores seus custos, portanto facilitam os intercâmbios que levem a aumentos de produção.

Por meio da geografia econômica, explicou a razão por trás de aglomerações urbanas. Pessoas juntas criam mercados, que atraem companhias, que criam empregos, que atraem pessoas, e segue assim circularmente. Pessoas vão aonde há pessoas.

Krugman se identifica como um economista keynesiano e de água salgada – e crítico dos de água doce. Os de água doce são aqueles de formação em universidades da região dos Grandes Lagos: Chicago, Carnegie Mellon, Minessota. Os de água salgada veem de universidades localizadas nas costas: Harvard, Yale, Pennsylvania, Princeton.

É um dos grandes promotores do Modelo IS-LM.  


Rubem L, de F. Auto










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