Após os primeiros passos no tortuoso caminho das revoluções,
os “baby boomers” mais radicais deram largada à revolução cultural.
Começou com o movimento Beatnik: escreviam numa linguagem
livre, rejeitavam padrões preestabelecidos, usavam drogas como o LSD sem
limites, praticavam todo tipo de experiência sexual sem as amarras morais
usuais e eram contra o acumula material pregado pela geração dos pós-guerra.
Esse caminho seria continuado por seus sucessores: os
hippies. Estes propunham uma refundação da sociedade em bases alternativas. Lá,
apenas existiriam: paz, amor, LSD, misticismo oriental etc.
O local onde nasceu esse novo movimento foi a Califórnia – diferente
dos beatniks, que surgiram em NY. Estado mais rico dos EUA, reunia
universidades de ponta (fundações privadas sem fins lucrativos, mas que contam
com financiamentos massivos do governo), clima quente (ao menos se comparada a
Massachusets, lócus das demais universidades de ponta) e o multiculturalismo
característico da região da Baía de San Francisco.
Foi durante a Guerra do Vietnã que esses novos atores
sociais exigiriam direitos às minorias, combatiam o autoritarismo, defendiam a
liberdade de expressão. Quando, a partir de 1965, as convocações militares
atingiram essa parcela da juventude, o caldo entornou. Nas palavras de Muhammad
Ali: “nenhum vietcongue jamais me chamou de ‘nigger’”.
Em 1967, o lema de paz e amor conformou o notório Summer of
Love. No parque Golden Gate, mais de 100 mil jovens fundaram uma sociedade de
hippies, hare krishnas, zen-budistas e muito mais.
O musical Hair, que também estreou em 1967, procurava
retratar aquela sociedade alternativa fundada sobre a San Francisco do Verão do
Amor.
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “Luxúria: como ela mudou a história do mundo”
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