O sinhozinho praticamente não sabia o que era viver sem
escravos. Pouco após o nascimento entrava em cena a ama deleite: escrava responsável
por amamentá-lo.
Deixando o berço, recebia logo um escravo, de mesmo sexo e
idade: esse era seu brinquedinho e, claro, deveria servi-lo.
Chegada a adolescência, vinham os desejos sexuais – e o
senhor, seu pai, queria que esse momento se desse o mais breve possível. Ainda por
volta dos 10 anos se davam as primeiras copulações com outros garotos ou com
animais domésticos. Depois, seguindo o exemplo paterno, passavam-se às
escravas: poderia ser tanto sua ama de leite quanto outra escrava, muitas vezes
previamente violentadas pelo senhor.
Nos ensinamento de Freyre: “O que sempre se apreciou foi o
menino que cedo estivesse metido com raparigas. Raparigueiro. Femeeiro.
Deflorador de mocinhas. E que não tardasse em emprenhar negras, aumentando o
rebanho e o capital paternos.”
Isso ajuda a explicar algo?
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “Luxúria: como ela mudou a história do mundo”
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