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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O APÓSTOLO PAULO E A AVERSÃO AO SEXO


Paulo foi o principal teólogo do cristianismo ainda no berço. Sua doutrina foi exposta em suas epístolas (cartas): escreveu uma aos romanos, duas aos coríntios e uma infinidade de outras aos gálatas, efésios, colossenses, tessalonicensses.

Dos 27 livros do Novo Testamento, 13 teriam sido escritos por ele. E são neles que se encontram sua maneira de encarar os assuntos do sexo.

Paulo via o nosso corpo como “membro de Cristo” – um templo do Espírito Santo, a serviço do Senhor. Portanto, quando um homem se deitava com uma prostituta, seu corpo e o dela se tornavam apenas um, levando a prostituta a fazer parte do Espírito Santo, fazendo-a um templo do Senhor.

Paulo achava isso errado e aconselhava que se fizesse como ele mesmo fazia: nada de sexo. Nas suas palavras: “é bom ao homem não tocar em mulher.”

Havia mais um motivo para a castidade absoluta de Paulo. Ele entendia que solteiros teriam mais disponibilidade para cuidar das coisas de Deus; enquanto os casados despenderiam tempo demais tentando agradar ao cônjuge.

Aos que não tinham a mesma disposição para a castidade, Paulo aconselhava o casamento, como alternativa a passar a eternidade queimando no fogo do inferno: “bom seria que o homem não tocasse a mulher; mas, por causa da fornicação, é melhor que cada um tenha sua própria mulher, e cada uma tenha seu próprio marido.”

Paulo vedava um novo casamento a quem se separasse. Dizia também que as mulheres deveriam obedecer aos maridos. Para Paulo, a união do matrimônio não era de direitos iguais. Ele via o homem como mediador entre Deus e a mulher.

Portanto as mulheres estavam proibidas de exercer funções sacerdotais. O homem também não estava obrigado a cobrir sua cabeça com um véu, por ser ele a imagem da perfeição divina; já a mulher deveria cobrir sua cabeça, pois ela era a glória do homem, ao ser feita a partir de sua costela. Nas palavras do apóstolo: “se a mulher não se cobre com véu, mande cortar os cabelos”.

Para os momentos de celebração religiosa, assim Paulo aconselhava o comportamento feminino: “Durante as instruções, que a mulher conserve o silêncio, com toda submissão. Eu não permito que a mulher ensine ou domine o homem. Que ela conserve, pois, o silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E não foi Adão que foi seduzido, mas a mulher que, seduzida, caiu em transgressão.” Também exigia que elas vestissem roupas decentes e se comportassem com modéstia, piedosamente.

Típica moralidade judaica somada à misoginia grega...


Rubem L. de F. Auto

Fonte: livro “Luxúria: como ela mudou a história do mundo”


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