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sexta-feira, 10 de agosto de 2018

CUBA LIBRE – A DEMOCRACIA EM CUBA E SUAS PARTICULARIDADES



Cerca de 8 milhões de cubanos afluíram às urnas em meados de março deste ano, para elegerem um novo Parlamento do Poder Legislativo – A Assembleia Nacional do Poder Popular –, assim como Assembleias regionais. Em abril, essa nova Assembléia nacional elegeu um novo presidente do país, Miguel Diaz-Canel.

Diaz-Canel se tornou o primeiro presidente cubano sem o sobrenome Castro. Fidel, após derrubar o ditador Fulgêncio Batista, em 1959, governou o país por décadas. Seu irmão e sucessor, Raul, foi presidente Cuba por dois mandatos de 5 anos.

Após ser eleito pela Assembleia nacional – Diaz-Canel foi o único candidato -, sua nomeação foi confirmada pelo Conselho de Estado, formado por 31 membros.

Raul Castro permanecerá ocupando o cargo de presidente do Partido Comunista (PCC) até 2021. O Partido Comunista é composto de 25 membros, eleitos pelo seu presidente. Organizações sociais que abrangem todos os nichos sociais terminam por moldar a elite política do PCC: jovens, mulheres, trabalhadores, pequenos agricultores e muitos outros. Cerca de 80% dos cubanos são membros de organizações como essas. É essa representatividade que garante que a agenda política do PCC esteja alinhada com os interesses da sociedade.

Cuba possui o Conselho de Ministros, cujo presidente é o chefe do Poder Executivo, e o Conselho de Estado. Os membros do conselho de Ministros são sugeridos pelo Presidente do conselho de Estado e, posteriormente, ratificados pela Assembleia. Os membros do Conselho de Estado, seu presidente e vice-presidente são escolhidos pela Assembleia Nacional – que representa o Poder Legislativo.
A Assembleia Nacional também elege os membros do Poder Judiciário.

O sistema eleitoral vigente em Cuba é único no mundo. Não existe campanha política, nem candidatos se engalfinhando por votos. Eles contam apenas com uma simples folha contendo sua biografia, posta em locais públicos e em frente das zonas eleitorais.

As autoridades creem que isso cria um patamar comum, sem que alguém tenha vantagem por causa da quantidade de recursos que amealhou.

As eleições desse ano começaram em setembro do ano passado com milhares de reuniões em esquinas, nas quais as pessoas escolhiam seus candidatos a autoridade municipal apenas levantando os braços. Vários candidatos disputa esse cargo.

A votação nas urnas, com voto secreto, ocorreu em novembro passado.

Eleitas as autoridades municipais, devem elas agora eleger os representantes provinciais e os membros da Assembleia nacional. É aqui que entra a Comissão Nacional de Candidaturas.
Cerca de metade dos deputados da Assembleia Nacional deve ser constituída por autoridades municipais. A Comissão elabora a lista de deputados e decide quem poderá nomear a outra metade, dentre os 605 candidatos.

A tal Comissão é composta por organizações sociais apoiadas pelo Estado, como: Federação dos Trabalhadores Cubanos, Comitê de Defesa da Revolução, Federação das Mulheres Cubanas, Sindicato de Artistas e Escritores, as Federações Estudantis e a Associação Nacional dos Pequenos Agricultores.

Cuba possui um sistema político de partido único, o Partido Comunista (PCC), mas ninguém precisa ser filiado a ele para ser candidato ou para ser eleito – e vários não o são.
De acordo com as análises dos candidatos à Assembleia Nacional, o sistema político de Cuba parece ser bem progressista:
·        -  90% nasceram após a Revolução de 1959;
·         - A média de idade é de 49 anos;
·         - 338 candidatos, ou 56%, são novos na política e terão assento pela primeira vez;
·         - Mais de 40% são negros ou mestiços;
·         - Mais de 53% são mulheres.

No mundo, apenas Ruanda, Cuba e Bolívia possuem mais da metade dos seus representantes pertencentes ao sexo feminino.


Rubem L. de F. Auto

Fontes:

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