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terça-feira, 5 de junho de 2018

POR QUE OS RICOS PRECISAM DOS POBRES? A PRIVATIZAÇÃO DESNUDADA


O intelectual e líder revolucionário russo Vladimir Ilyich Ulyanov, aqui imortalizado como Lênin, descreveu em "Imperialismo, fase superior do capitalismo" um pequeno manual de como se movimentam os capitais internacionais: 

"Enquanto o capitalismo for capitalismo, o excedente de capital não é consagrado à elevação do nível de vida das massas do país, pois significaria a diminuição dos lucros dos capitalistas, mas ao aumento desses lucros através da exportação de capitais para o estrangeiro, para os países atrasados. Nestes países atrasados o lucro é em geral elevado, pois os capitais são escassos, o preço da terra e os salários relativamente baixos, e as matérias-primas baratas."

Isto é, os investimentos em países atrasados - investimentos físicos ou aquisição de participação -, levam a taxas de lucros bem superiores às observadas em mercados maduros. Portanto é indesejável, do ponto de vista deles, que uma empresa local, estatal ou não, absorva toda essa lucratividade em detrimento de seus empreendimentos, sedentos de uma melhor remuneração do capital dos acionistas.
   
Nesses mercados maduros, ao longo do tempo, observa-se a manutenção (quando não, redução) do padrão de vida das pessoas - em grande parte devido aos investimentos no estrangeiro, que não geram benefícios àquelas pessoas. Pelo contrário, geram muito mais oportunidades nos países destinatários de tais investimentos. 

O medo de perderem seus empregos ou de não pagarem suas contas no fim do mês leva aquelas pessoas à xenofobia, racismo e ao esgarçamento do tecido social. 

Os investimentos locais geram lucros, que só esperam o final do ano-base de apuração para serem enviados às matrizes. O país atrasado, por consequência, passa a sofrer de crises periódicas no Balanço de Pagamento, que gera crise cambial, que gera despesas enormes do Orçamento Público, que sufocam os serviços públicos... 

Como fonte de renda derivada dos investimentos estrangeiros, o país destinatário pode tributar parte do lucro e assim se beneficiar de fato do investimento recebido. Mas, como se sabe, alguns países abrem mão voluntariamente de tributar esses lucros... 

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