Upa neguinho – EDU LOBO
Patapatri tri tri tri tri
Tri Badabá!...(3x)
Upa, neguinho na estrada
Upa, pra lá e pra cá
Virge!
Que coisa mais linda!
Upa neguinho
Começando a andar
Começando a andar...
A letra fala aqui de
um neguinho, melhor, de um infante brasileirinho, nos seus primeiros anos. Ou
seja, trata da infância, de algo imaturo. E as palavras parecem ser
pronunciadas pelos pais da criança.
Upa, neguinho na estrada
Upa, pra lá e pra cá
Virge!
Que coisa mais linda!
Upa neguinho
Começando a andar
Começando a andar...
Começando a andar
E já começa apanhar...
Aqui a revelação de
um comportamento rebelde, desobediente, que era enfrentado com as tradicionais
palmadas. Pais educando filhos, apenas.
Cresce, neguinho
E me abraça
Cresce e me ensina a cantar
Euuuuuuuu
Vim de tanta desgraça
Mas muito te posso ensinar
Mas muito te posso ensinar...
Aqui, parece que
ouvimos a mãe emocionada com o crescimento do filho, e isso parece lhe dar uma
alegria que se perdeu a tanto sofrimento. Vemos aqui pistas de uma pobreza que
convive com conhecimentos tradicionais e inerentes.
Capoeira!
Posso ensinar
Ziquizira!
Posso tirar
Valentia!
Posso emprestar
Mas liberdade
Só posso esperar...
Pela ordem, os tais
conhecimentos se relacionam à dança/esporte: a capoeira; conhecimentos em
medicina popular; fala também da pré-disposição de encarar batalhas, típica de
povos de tradição guerreira.
Mas termina lembrando
a infame escravidão, ou suas consequências em termos de desigualdade e miséria
de uma parte significante do país, cuja liberdade é tolhida pela busca de
alguns trocados, desde a idade mais tenra.
Mas a interpretação
tradicional leva a crer num diálogo entre pais e filho escravos, no século XIX.
Patapatri tri tri tri tri
Tri Badabá!...(3x)
Rubem L. de F. Auto
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