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quinta-feira, 19 de julho de 2018

THIS IS BRAZIL! UPA NEGRINHO



Upa neguinho – EDU LOBO

Patapatri tri tri tri tri
Tri Badabá!...(3x)

Upa, neguinho na estrada
Upa, pra lá e pra cá
Virge!
Que coisa mais linda!
Upa neguinho
Começando a andar
Começando a andar...

A letra fala aqui de um neguinho, melhor, de um infante brasileirinho, nos seus primeiros anos. Ou seja, trata da infância, de algo imaturo. E as palavras parecem ser pronunciadas pelos pais da criança.

Upa, neguinho na estrada
Upa, pra lá e pra cá
Virge!
Que coisa mais linda!
Upa neguinho
Começando a andar
Começando a andar...

Começando a andar
E já começa apanhar...

Aqui a revelação de um comportamento rebelde, desobediente, que era enfrentado com as tradicionais palmadas. Pais educando filhos, apenas.

Cresce, neguinho
E me abraça
Cresce e me ensina a cantar
Euuuuuuuu
Vim de tanta desgraça
Mas muito te posso ensinar
Mas muito te posso ensinar...

Aqui, parece que ouvimos a mãe emocionada com o crescimento do filho, e isso parece lhe dar uma alegria que se perdeu a tanto sofrimento. Vemos aqui pistas de uma pobreza que convive com conhecimentos tradicionais e inerentes.

Capoeira!
Posso ensinar
Ziquizira!
Posso tirar
Valentia!
Posso emprestar
Mas liberdade
Só posso esperar...

Pela ordem, os tais conhecimentos se relacionam à dança/esporte: a capoeira; conhecimentos em medicina popular; fala também da pré-disposição de encarar batalhas, típica de povos de tradição guerreira.
Mas termina lembrando a infame escravidão, ou suas consequências em termos de desigualdade e miséria de uma parte significante do país, cuja liberdade é tolhida pela busca de alguns trocados, desde a idade mais tenra.
Mas a interpretação tradicional leva a crer num diálogo entre pais e filho escravos, no século XIX.

Patapatri tri tri tri tri
Tri Badabá!...(3x)


Rubem L. de F. Auto

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