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sexta-feira, 30 de junho de 2017

ENTRE UM SINAL VERMELHO E OUTRO, UM ASSALTO POR AMOR


INTERVALO ENTRE CARROS – O RAPPA

Ela molhada espera o busu
Na calçada parada mas não passa nenhum
Só, sempre só
No ponto de ônibus

Cena cotidiana, uma garota num ponto de ônibus. Quem será?

Ela se safa de qualquer um
Caô com ela não rola nenhum
Só, sempre só
No ponto de ônibus

Ela tem a malícia necessária para afastar os mais abusados, comum a meninas que crescem em ambientes vulneráveis.

Ela enfrenta como fez Ogum
Rainha do asfalto derruba um por um
Só, sempre só
No ponto de ônibus

Uma pequena metáfora com um Deus africano, deus guerreiro. Faz analogia com os desafios da vida.

Não é bonita nem grande
No rosto escorre uma gota d'água
E a alma chora sangue

Nada especial nela, aparentemente guarda mágoas e tristeza dentro de si. Mas tenta esconder tudo isso.

Olho de vidro que te cobre
A ambição é pequena
Alegria de pó

O rapaz que a observa parece ter uma atração muito forte pela garota. Aparentemente os dois não nutrem planos de vida grandiosos.

Uma menina mulher
Que não anda de salto
Sou seu cavaleiro e desde pequeno
Por você planejava assalto

E assim o príncipe-trombadinha pretende conquistar o coração da princesa-pedinte de rua...



Rubem L. de F. Auto

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