MONSTRO INVISÍVEL – O
RAPPA
Monstro invisível que
comanda a horda
Arrasando tudo o que
é de praxe
Eu tô laje acima, no
cerol que traz a vida pra baixo
Brilhante idéia de
uma cabeça nervosa
Grafitando um outro
muro de raiva
Eles já sabiam, mas
deixaram a sina guiar a sorte
Um bandido, um assaltante, um trombadinha... Quando se
tornam visíveis para a sociedade em geral?
Quando estão em gestação (nas lajes dos barracos em favelas,
por exemplo), ou quando comandam sua hordas em ações que têm a sociedade como
vítima (por exemplo, sendo o dono do muro grafitado com ódio)?
A sociedade se importa com a “vitimização” apenas quando ela
é a vítima? A sociedade já sabia onde a
gestação iria terminar, mas preferiu “deixar a sina guiar a sorte”?
Vejo a minha história
com a sua comungar
Vejo a história, ela
comungar
Vejo a minha história
com a sua comungar
Vejo a história, ela
comungar
Vejo a minha história
com a sua comungar
Vejo a história, ela
comungar
Vejo a minha história
com a sua comungar
Onde ocorrerá a comunhão de histórias? Num assalto, no sinal
mais próximo da sua casa?
Poço lado e sujo,
cria do descaso
Alimentando folhas em
branco e preto
Outra epidemia
desanima quem convive com medo
Botões e atalhos
amplificam a distância
E a preguiça de estar
lado a lado veste a armadura
Esse é o poder
solitário
Trágica infraestrutura urbana, que cria verdadeiras pocilgas
batizadas de bairros. Esgoto a céu aberto, lixões clandestinos, rios
poluídos... crias do descaso oficial.
Como dizia John Locke, nascemos folhas em branco, prontas
para serem escritas. O ambiente em que vivemos influencia diretamente a
história que será desenrolada. Folha
tem cor? Se é branco ou negro, a folha se torna diferente?
Epidemias de dengue, cólera, febre amarela... os lixões que
se tornaram muitas cidades poderiam oferecer algo diferente.
Botões e atalhos... ou seriam oportunidades e faltas de
oportunidades? Enfim, coisas que aumentam as distâncias psicológicas, pois as
geográficas são as mesmas.
A preguiça, ou o desânimo de se sentir parte de uma
sociedade, cria facções e grupos que se enfrentam e se vêem como inimigos
eternos.
O poder solitário que nunca deixa o poder do coletivo se
manifestar.
Vejo a minha história
com a sua comungar
Vejo a história, ela
comungar
Vejo a minha história
com a sua comungar
Vejo a história, ela
comunga
Vejo a minha história
com a sua comungar
Vejo a história, ela
comungar
Vejo a minha história
com a sua comungar
Monstro invisível que
comanda a horda
Arrasando tudo o que
é de praxe
Eu tô laje acima, no
cerol que trás a vida pra baixo
Brilhante idéia de
uma cabeça nervosa
Grafitando um outro
muro de raiva
Eles já sabiam, mas
deixaram a sina guiar a sorte
Vejo a minha história
com a sua comungar
Vejo a história, ela
comungar
Vejo a minha história
com a sua comungar
Vejo a história, ela
comungar (2x)
Comungar, comungar,
comungar, comungar, comungar
Vejo a história, ela
comungar
Vejo a minha história
com a sua comungar
Vejo a história, ela
comungar
Vejo a minha história
com a sua comungar
Vejo a história ela
comungar
Comungar, comungar,
comungar, comungar, ei (2x)
Monstro invisível
arrasando tudo como é de praxe
Tudo como é de praxe,
é de praxe
Eu tô laje acima e o
cerol que traz a vida pra baixo, pra baixo, pra baixo, pra baixo
Rubem L. de F. Auto
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