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quinta-feira, 17 de maio de 2018

CIVILIZAÇÕES AFRICANAS: GANA, O IMPÉRIO DO OURO


Gana foi o primeiro grande Estado africano surgido ao norte do Equador; localizava-se no Sudão Ocidental, entre os estados do Mali e da Mauritânia atuais. O ouro era sua principal fonte de riqueza.

O comércio em torno do ouro envolvia especialmente os árabes, que o trocavam por tecidos, sal, cobre, dentre outros bens.

Com a expansão do islamismo, as classes dirigentes adotaram massivamente a nova religião, conversão esta motivada principalmente por interesses comerciais.

Com o tempo, qualquer nação expansionista localizada na região do Mediterrâneo tinha Gana como seu fornecedor de ouro, tornando estratégicas suas parcerias. Gana tinha diversos reinos sob seu domínio, figurando-se assim como Estado tributário, isto é, que cobrava tributos sobre a passagem de mercadorias por seu território; além das atividades relacionadas à extração do ouro.

Gana é uma palavra local que significa “senhor da guerra”, é em sua origem portanto um título concedido ao chefe do reino.

A capital do reino se chamava Kumbi Saleh, protegida por um grande exército, que se encarregava também de proteger as rotas comerciais, cujo controle vertia vultosas somas aos cofres do reino.

A posse da terra era coletiva, o que permitia seu uso individual ou coletivo. Praticavam a caça, a pesca e a coleta de frutos. Entre as atividades profissionais mais comuns estavam as de ferreiro, pastor, mercador e outras funções semi-especializadas.

Havia uma relevante desigualdade social entre os habitantes das cidades e os do campo. A influência islâmica foi perceptível nas cidades, com suas casas de pedras, cercada por muralhas; ao contrário da zona rural, cujas casas feitas de barro.

Os comerciantes árabes e arabizados, endinheirados, vivam numa cidade próxima, onde contavam com bazares, plantações irrigadas e dezenas de mesquitas.

O primeiro reino do Gana sucumbiu após a ascensão do reino de Mali. No auge, contava com mais de 1 milhão de habitantes.

Sua capital foi tomada em 1076. Dez anos depois retomou sua independência, mas sem a pujança de outrora, muito em razão de nãos mais conseguir controlar as minas de ouro.


Rubem L. de F. Auto


Fonte: livro “Desvendando a história da África” 

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