Gana foi o primeiro grande Estado africano surgido ao norte
do Equador; localizava-se no Sudão Ocidental, entre os estados do Mali e da
Mauritânia atuais. O ouro era sua principal fonte de riqueza.
O comércio em torno do ouro envolvia especialmente os
árabes, que o trocavam por tecidos, sal, cobre, dentre outros bens.
Com a expansão do islamismo, as classes dirigentes adotaram
massivamente a nova religião, conversão esta motivada principalmente por
interesses comerciais.
Com o tempo, qualquer nação expansionista localizada na
região do Mediterrâneo tinha Gana como seu fornecedor de ouro, tornando
estratégicas suas parcerias. Gana tinha diversos reinos sob seu domínio, figurando-se
assim como Estado tributário, isto é, que cobrava tributos sobre a passagem de
mercadorias por seu território; além das atividades relacionadas à extração do
ouro.
Gana é uma palavra local que significa “senhor da guerra”, é
em sua origem portanto um título concedido ao chefe do reino.
A capital do reino se chamava Kumbi Saleh, protegida por um grande
exército, que se encarregava também de proteger as rotas comerciais, cujo
controle vertia vultosas somas aos cofres do reino.
A posse da terra era coletiva, o que permitia seu uso individual
ou coletivo. Praticavam a caça, a pesca e a coleta de frutos. Entre as atividades
profissionais mais comuns estavam as de ferreiro, pastor, mercador e outras funções
semi-especializadas.
Havia uma relevante desigualdade social entre os habitantes
das cidades e os do campo. A influência islâmica foi perceptível nas cidades, com
suas casas de pedras, cercada por muralhas; ao contrário da zona rural, cujas
casas feitas de barro.
Os comerciantes árabes e arabizados, endinheirados, vivam
numa cidade próxima, onde contavam com bazares, plantações irrigadas e dezenas
de mesquitas.
O primeiro reino do Gana sucumbiu após a ascensão do reino
de Mali. No auge, contava com mais de 1 milhão de habitantes.
Sua capital foi tomada em 1076. Dez anos depois retomou sua
independência, mas sem a pujança de outrora, muito em razão de nãos mais
conseguir controlar as minas de ouro.
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “Desvendando a história da África”
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