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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

AÇÚCAR – A ROTA DO SABOR


Por milênios, o mel foi o único adoçante conhecido pelos seres humanos. A cana-de-açúcar foi cultivada na Índia por uns três mil anos até chegar ao norte da África e à Europa meridional por volta do século VIII d.C.

A sogra de Cristóvão Colombo possuía uma plantação de cana-de-açúcar e, antes de se casar, Colombo transportava açúcar da Ilha da Madeira até Gênova. Este foi o fator decisivo para que tivesse a idéia de levar um pouco dessa planta para o Caribe, em 1493, quando de sua segunda viagem.

O sucesso da empreitada pode ser medido: um norte-americano médio consome cerca de 20 kg de açúcar por ano. Claro que nem todo esse açúcar vem do açucareiro. Ele está presente numa assombrosa variedade de alimentos industrializados.

O açúcar pode ser proveniente da usina de açúcar ou da refinaria de açúcar. A primeira fica geralmente próxima das plantações de cana, enquanto as segundas não podem ficar tão aproximas.

Na usina, a cana cortada é picada e espremida por máquinas. Ao caldo é adicionada barrela, que o clarifica. Um vácuo parcial é aplicado depois, o que o reduz até engrossar. Torna-se parecido com um xarope, marrom em razão das impurezas geradas no processo. À medida que a água evapora, o açúcar torna-se tão concentrado que vira cristais sólidos. Os cristais, ainda úmidos, vão a uma centrífuga, parecida com um tambor de máquina de lavar roupa, que separa a água dos cristais. O subproduto gerado é o melaço.

O líquido xaroposo final é o açúcar bruto. O FDA americano o classifica como impróprio para o consumo.

O processo seguinte ocorre nas refinarias de açúcar. Lá, ele é purificado por lavagem, dissolvido, fervido para recristalizar e centrifugado mais duas vezes, o que o torna mais puro – mais melado é gerado e descartado nesse processo.    

Se você vir anunciado “açúcar bruto”, ou não é bom para o consumo humano, ou é um açúcar refinado a partir do açúcar bruto, por lavagem com vapor, recristalização e centrifugação.

O melado gerado na primeira cristalização tem cor clara e é muito doce. Geralmente o transformam em xarope de mesa. O melado da segunda cristalização é mais escuro e é usado em culinária. O último melado é chamado melaço, é forte e amargo.


Rubem L. de F. Auto


Fonte: livro “Doces: a ciência na cozinha”

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