Uma bela peça de origem persa, hoje em exposição no Museu
Metropolitano de Arte de NY, data do século XIV, mostra o momento em que
Buzurgmehr, um sábio persa, ao enviado do xá persa Anushirvan. Em outra
miniatura, Buzurhmehr está na corte de Dewasarm, monarca indiano, ensinando o
que agora se sabe ser o gamão.
Embora seja um jogo que faz uso dos dados, seu caráter de
jogo de azar não lhe tirou o brilhantismo, quanto mais exibindo uma base
intelectual tão brilhante.
Como explicou seu inventor, o tabuleiro representa o ano.
Este continha 24 pontos, representando as 24 horas do dia. Divide-se tal
tabuleiro em duas metades, cada uma contendo 12 pontos, isto é, os 12 meses do
ano – e os 12 símbolos do Zodíaco. Dois dados faziam as vezes de dia e noite.
Os dados traziam o seis em oposição ao um; o dois em oposição ao cinco e o três
em oposição ao quatro: a soma dos pares dava sempre sete, isto é, o número de
dias da semana, e de planetas no sistema solar conhecido até então.
Até mesmo a indesejada presença dos dados tinha um
significado óbvio: é evidente a dependência do homem em relação ao destino, por
sorte ou azar.
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “A história do xadrez”
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