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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

GAMÃO: O XADREZ DA VIDA


Uma bela peça de origem persa, hoje em exposição no Museu Metropolitano de Arte de NY, data do século XIV, mostra o momento em que Buzurgmehr, um sábio persa, ao enviado do xá persa Anushirvan. Em outra miniatura, Buzurhmehr está na corte de Dewasarm, monarca indiano, ensinando o que agora se sabe ser o gamão.

Embora seja um jogo que faz uso dos dados, seu caráter de jogo de azar não lhe tirou o brilhantismo, quanto mais exibindo uma base intelectual tão brilhante.

Como explicou seu inventor, o tabuleiro representa o ano. Este continha 24 pontos, representando as 24 horas do dia. Divide-se tal tabuleiro em duas metades, cada uma contendo 12 pontos, isto é, os 12 meses do ano – e os 12 símbolos do Zodíaco. Dois dados faziam as vezes de dia e noite. Os dados traziam o seis em oposição ao um; o dois em oposição ao cinco e o três em oposição ao quatro: a soma dos pares dava sempre sete, isto é, o número de dias da semana, e de planetas no sistema solar conhecido até então.

Até mesmo a indesejada presença dos dados tinha um significado óbvio: é evidente a dependência do homem em relação ao destino, por sorte ou azar.      


Rubem L. de F. Auto


Fonte: livro “A história do xadrez”

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