Ao Estudarmos a Era Clássica,
representada principalmente pela Grécia e pela Roma antigas, algumas diferenças
culturais ficam evidentes entre essas duas civilizações notáveis.
A história da Grécia é bastante
antiga, mas torna-se bem delineada por volta do séc. V aC. Até esse período a
Grécia era basicamente uma península que adentrava o Mediterrâneo, constituída
de diversas cidades-estados, como Atenas, Esparta, Corinto eternamente em
guerra.
Contudo, do lado Oriental,
aproveitando-se de alguns espaços vazios na Ásia Menor, constituía-se um grande
Império: os Persas. Centralizado e bem organizado, o Império persa creceu
incessantemente, sendo seu exemplo maior de um grande governante Ciro.
Ao conquistar a Trácia (atual
Turquia), o Império persa tinha a oeste a Grécia, formada por homens livres,
vivendo em pequenas democracias e bastante refratários à idéia de serem governados
por qualquer governo não-grego.
Dito isso, ambos os reinos
entraram em conflito por duas vezes (490 a 480 aC). A primeira foi a histórica
batalha de Maratona. A segunda foi mais complexa: os persas vieram com força
total, enfrentaram inicialmente os espartanos, os superaram, invadiram Atenas,
puseram fogo na cidade, mas, devido à vitória naval grega, o exército persa foi
dispersado.
Em síntese, os homens livres
gregos venceram os exércitos persas, constituídos de escravos, muitos
conduzidos a chicotadas, em ambas as oportunidades.
A lembrança e as celebrações
desses conflitos deram origem a ciências como a História, a poemas “homéricos”,
dramas gregos etc.
Décadas após, espartanos e gregos
se enfrentaram na Guerra do Peloponeso, que conseguiu superar as guerras contra
os persas em nível de violência e de mortes. Apesas da vitória espartana, ambos
saíram tão enfraquecidos que os Jônios foram capazes de invadir Atenas. Assim, ficou
o berço da civilização grega dominado por tiranos de Samos e Mileto.
Nunca mais se recuperaram.
Por sua vez, os romanos, também
de raiz longínqua e desconhecida, tiveram sua história conhecida sob o domínio
dos Etruscos. A Etrúria englobava, além
de Roma, o Lácio e a Toscana.
Por volta de 500 aC, os romanos
se sublevaram contra os Etruscos e conquistaram sua independência, criando a
República Romana. Cerca de 200 anos depois os romanos conquistaram a Etrúria.
A partir de 150 aC, dá-se início
ao que ficaria conhecido como Império Romano, ao derrubar a República, com Júlio
e Augusto César, e iniciar uma era de conquistas militares ininterruptas. Uma
das conquistas romanas foi justamente a antiga Grécia.
Esse episódio foi muito
interessante pois expôs as diferenças entre ambas.
Tornou-se queda que a cultura
grega tinha pela abstração, o pensamente filosófico profundo, a busca por
conceitos e reflexões superiores.
Por seu lado, os romanos eram e
continuaram marcados pelo pragmatismo, pela praticidade. Eram militares fenomenais,
engenheiros habilidosos, excelentes construtores e iniciaram a cultura jurídica
da qual somos herdeiros.
Por admirarem a cultura grega, ao
conquistarem a Grécia os romanos iniciaram um período de adoção indiscriminada
de símbolos, valores e práticas gregas. Livros, poesias, o teatro, os deuses
mitológicos ... tudo era imitado e/ou adaptado a Roma.
Evidentemente, pouco após,
iniciou-se um movimento antagônico, que buscava por um freio à helenização de
Roma. Usando-se argumentos que passavam pela cultura sexual, vista como
escandalosamente desinibida, e pelas diferenças morais, os romanos foram aos
poucos impondo freios a esse processo.
De certa forma, alguns pontos da
cultura grega não puderam ser romanizados. As sutilezas filosóficas gregas eram
tidas como impossíveis de serem traduzidas para o latim. Muito do alfabeto
latim foi, na verdade, adoção de partes do alfabeto grego.
Podemos perceber essa polarização
descrita acima ao lermos historiadores que comentam ambas as civilizações. É comum
haver uma certa resistência contra Roma, por ter se destacado muito pelas
habilidades militares.
Por sua vez, a Grécia é celebrada
pelas conquistas culturais, pelo pensamento superior e, especialmente, pela
influência cultural inegável que teve sobre Roma, estendendo-se a toda o mundo
tanto pela extensão assombrosa que o Império Romano alcançou, quanto pelo
renascimento do fim da Idade Média européia.
O ápice cultural da Europa,
alcançado por Roma, só foi repetido após a conquista da América, no âmbito das
grandes navegações.
E você ? É “grego” ou “romano” ?
É mais adorador de reflexões abstratas e conceituais ou adota uma postura mais
pragmática, prática ?
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