A Península na qual se localiza a
Grécia, na era clássica, era constituída por diversas Cidades-Estados
independentes, as quais partilhavam língua, cultura, história. Passaram à história
conhecidos como gregos.
Essas cidades-estados, Atenas,
Corinto, Esparta desfrutavam de sistemas políticos próprios, independentes,
porém todas dispunham de algum nível de democracia. Claro, apenas para uma
minoria: homens livres. Mulheres e escravos não tinham direito a voto e/ou voz.
Em geral, essas cidades eram
governadas por pessoas com posses, mercadores. As trocas comerciais,
especialmente por ser um povo navegador e aventureiro, eram intensas e
garantiram uma classe de pessoas prósperas.
Um fato interessante era a freqüência
com que tais cidades entravam em conflito. Frequentemente entravam em conflitos,
muitas vezes interrompidos apenas pelas Olimpíadas.
Outro fato interessante era a
força que tinham em batalha, muitas vezes derrotando forças muito mais
numerosas. Muitos apontam o fato de serem homens livres, que lutavam por sua
terra, por suas cidades, não apenas cumpriam ordens ou eram escravos lutando
por seus donos, como a explicação para a força interior que conseguiam alcançar.
Após a conquista romana, a Grécia
e suas cidades-estados deram lugar a cidade-Império: Roma. As lutas
intermináveis entre as cidades-Estados gregas deram lugar à Pax Romanii: “criam
um deserto, chamam-lhe paz”, nas palavras de Tácito. Todas as cidades deviam
obediência àquela de onde emanavam ordens para grande parte do mundo.
Em meados do séc. V dC, Roma
entrou em estado de sono profundo, não interrompido pelos próximos mil anos.
Por volta dos séc. XI e XII, na
Península itálica, algumas comunas conseguiram por um fim a seu período feudal.
Conquistaram sua independência e passaram a ser governadas por mercadores e profissionais
liberais.
Tornaram-se cidades como
Florença, Pisa e Veneza e deram início a um período de florescimento urbano,
que daria origem ao Renascimento, a novos contatos comerciais com outros povos,
a um sistema bancário, contabilidade comercial etc.
Algumas coincidências com as
cidades-Estados gregas são inevitáveis, inclusive a instabilidade política. As
disputas bélicas eram freqüentes e cada vez mais acirradas. Isso levou à
contratação de mercenários por diversas dessas cidades. Quando tais mercenários
se tornaram muito numerosos, usaram sua força para dominar algumas atividades.
Após alguns anos, dominavam partes relevantes da Península Itálica.
Por volta dos séc. XIII e XIV,
Roma superou essas cidades. A presença do papa e seu poder sobre os Sacro
Imperadores levou à prevalência política de Roma, novamente ocupando seu papel
de cidade-Império.
Rubem L. de F. Auto
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