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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

PACIFICAÇÃO DE PIRATAS – A ERA DE OURO DA PIRATARIA



O período entre 1715 e 1725 ficou conhecido como a Era de Ouro da Pirataria. Cerca de 20 comodoros bem conhecidos entre si, acompanhados de alguns milhares de tripulantes foram capazes de empreender essa façanha: durante esses 10 anos, nenhuma potência europeia, Inglaterra, França ou Espanha foi capaz de aportar em suas colônias. O Caribe ficou absolutamente isolado da Europa e qualquer navio que se aproximasse seria logo alvo de piratas.

Os piratas eram, em geral, ingleses ou irlandeses, embora fossem também numerosos os escoceses, franceses, africanos. Poderiam encontrar-se também holandeses, dinamarqueses, suecos e índios americanos. Embora proviessem de nacionalidades e culturas diversas, a pirataria criou uma espécie de amálgama, uma cultura comum. Ainda que um navio pirata estivesse tripulado apenas por ingleses, este partiria imediatamente em socorro de outro navio pirata, ainda que este outro se encontrasse tripulado apenas por franceses.

O regime de governo vigente nos navio piratas era a democracia: os capitães eram nomeados e depostos por voto; os ganhos de suas ações eram repartidos igualitariamente entre todos; as decisões mais importantes eram tomadas por conselho aberto; marinheiros acidentados e incapacitados para o trabalho recebiam auxílio pecuniário. Tudo isso criava um mundo idílico para marinheiros que vivenciavam o ambiente de tirania, humilhação e enforcamento vigente nas marinhas daquela época.
Os piratas são antigos na história do mundo. Estavam na Grécia, em Roma, na Europa Medieval, na China dos Qing – mesmo hoje são inúmeros os piratas que atacam navios e, por vezes, matam sua tripulação.

Deve-se deixar claro, contudo, que corsários e piratas são categorias diversas. Os corsários agem em tempos de guerra e com autorização – ou sob ordens – do Estado. Foi o caso de sir Francis Drake, ou de sir Henry Morgan. Ambos foram condecorados; Morgan foi nomeado vice-governador da Jamaica. William Kidd traçou uma história mais incomum: corsário, nascido rico, tornou-se pirata após desentendimentos com os diretores da Companhia das Índias Orientais, a maior empresa inglesa do período.

Os piratas do século XVIII eram bandidos conhecidos, criminosos procurados por todas as nações. Envolviam-se frequentemente em revoltas sociais e políticas. Anteriormente, eram marinheiros, servos, escravos fugidos...

A rotina sádica e brutal, sempre injusta, vigente nos navios mercantes levava à debandada total dos marinheiros sempre que um navio pirata os atacava.

Escravos fugindo da sua condição subumana buscavam a república bucaneira logo que souberam de navios piratas atacando navios negreiros e chamando a tripulação para se juntar a eles com plena igualdade. Alguns mulatos chegaram a capitães, inclusive. E assim foi se formando um bastião de liberdade no seio de uma zona marcada pelo trabalho escravo.

No auge dos ataques, Grã-Bretanha, França e Espanha ficaram isoladas de suas colônias americanas, as rotas comerciais restaram interrompidas, rotas de fornecimento de escravos não mais operavam, informações sobre a administração local não eram mais expedidas. Mesmo embarcações fortemente armadas demonstravam pavor de cruzar com embarcações piratas.

A força de coerção era tamanha que agora eles não ameaçavam não apenas navios, mas colônias inteiras. Piratas ocuparam a ilha britânica de Sotavento, ameaçaram as Bermudas, bloquearam o acesso à Carolina do Sul – em diversas ocasiões. Fortunas imensas foram acumuladas por piratas.
Mas, um homem chamado Woodes Rogers, poria um fim a esse interessante episódio da história. Ex-pirata, lagou o botim para servir como corsário na guerra travada pela Inglaterra contra França e Espanha. Rogers chegou a liderar um cerco contra uma cidade espanhola, havia saído muito ferido numa batalha contra um galeão espanhol no Pacífico e, não menos significativo, foi um dos primeiros navegadores a circunscreverem o globo.

Foi quando chegou ao fim a era dos bucaneiros da República dos Piratas na América Central.


Rubem L. de F. Auto

Fonte: livro “A República dos Piratas – A verdadeira história dos Piratas do Caribe”

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