Partículas de nomes exóticos, como squarks, fostinos,
gravityinos, glúons, bósons, múons, formam aquilo que é chamado coletivamente
de antimatérias.
Elas podem nascer juntas, a partir de pura energia, e assim
podem também desaparecer, ao juntarem suas massas e a converterem em energia
(lembre-se, E = m.c2).
A descoberta das antimatérias começou em 1932, quando o
físico norte-americano Carl David Anderson descobriu o antielétron, também
chamado de pósitron. Desde então a criação de antimatérias tem sido um
experimento freqüente nos laboratórios de todo o mundo.
Já a criação de átomos inteiros de antimatéria é algo
recente, que remonta a 1996, quando Walter Orlert liderou seu grupo na criação
de um átomo de anti-hidrogênio (antielétron + antipróton). O fato se deu no
CERN, na Suíça.
De fato, a existência teórica dessa partícula foi predita
pelo físico britânico Paul Dirac poucos anos antes.
O método é conhecido: criam-se entielétron e antiprótons,
unem-nos e esperam que se combinem em novos átomos, à temperatura e densidade
adequadas. O grande obstáculo a tais experimentos é que a antimatéria tem a
característica inerente de se extinguir quando em contato com a matéria. Num
mundo dominado por matérias, a vida da antimatéria é bastante exígua – os átomos
de anti-hidrogênio sobreviveram por meros 40 nanossegundos.
As partículas subatômicas têm massa e carga elétrica
mensuráveis. Com exceção da massa, as demais características das antimatérias são
opostas à da matéria a que se relaciona. Um caso interessante é o dos nêutrons:
como estas partículas não têm carga, poderia-se imaginar que também não tem
antipartícula. Ledo engano, eles as têm: os antinêutrons, de carga zero e
oposta à dos nêutrons. Mindblowing? Não. Os nêutrons são formados por três
quarks de cargas: -1/3, -1/3 e +2/3. Os antinêutrons têm carga 1/3, 1/3 e -2/3.
São ambos zerados energeticamente, mas de cargas opostas.
Se possuírem energia alta suficiente, os fótons dos raios
gama podem se transformar em pares elétron-pósitron. Toda a enorme quantidade
de energia intrínseca seria transformada em pequena massa, respeitando a
equação E = m.c2.
Se matéria e antimatéria, ao colidirem, se aniquila, deveríamos
nos preocupar com uma possível colisão entre galáxia e antigaláxia? Ou estrela
x antiestrela? Até o momento parece que nosso Universo é dominado por matérias,
não por antimatérias, o que reduz muito qualquer evidência nesse sentido.
Enfim, existe muita verdade por ser descoberta lá fora...
Rubem L. de F. Auto
Fonte: livro “Origens: catorze bilhões de anos de
evolução”
Nenhum comentário:
Postar um comentário